{"title":"Infecções bacterianas em pacientes com COVID-19 internados em UTI adulto: incidência e atuação farmacêutica","authors":"Kauanna Oliveira, Deisy Filipak, Karina da Silva Aguiar, Marcela Bechara Carneiro","doi":"10.30968/rbfhss.2023.144.0967","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Objetivo: O presente estudo teve como objetivo investigar a incidência de infecções por bactérias em pacientes infectados pelo SARS-COV-2 internados em unidades de terapia intensiva (UTIs) de um hospital oncológico do Sul do Brasil e descrever a atuação do farmacêutico no manejo de antimicrobianos. Métodos: Neste estudo observacional descritivo, com coleta de dados retrospectivos, foram incluídos todos os pacientes com COVID-19, confirmada através de exame de reação em cadeia da polimerase (PCR), internados em UTIs adulto no Hospital Erasto Gaertner no período de maio de 2020 a agosto de 2021. Foram analisados os dados demográficos e clínicos coletados em prontuário. Também foram relacionados o número e a classificação das intervenções farmacêuticas realizadas no período. Resultados: De 192 pacientes internados com COVID-19 na UTI, 104 (54%) apresentavam diagnóstico oncológico, sendo 62 (60%) diagnosticados com câncer sólido e 42 (40%) hematológicos. O tempo de internamento observado foi, em média, igual a 9,5 dias (DP:6,4), sendo que a maior parte dos pacientes demandou procedimentos invasivos. Destes, 44 (23%) apresentaram pneumonia associada a ventilação (PAV) e 32 (17%) pacientes desenvolveram infecção de corrente sanguínea (ICS). As bactérias mais prevalentes foram Acinetobacter baumannii com perfil multirresistente e Staphylococcus aureus sensível à meticilina. Foram realizadas 60 intervenções farmacêuticas no gerenciamento do uso de antimicrobianos, sendo as mais prevalentes: adição, descontinuidade, descalonamento, cálculo e ajuste de dose. No que diz respeito ao desfecho clínico, 147 (77%) dos pacientes internados com COVID-19 foram a óbito, sendo que parte destes apresentou coinfecções como PAV (n=36) ou ICS (n=28). Conclusões: Os resultados obtidos foram condizentes com a literatura, em que as taxas de coinfecção e uso de antimicrobianos foram altas. Além disso, as intervenções farmacêuticas descritas reforçam a importância deste profissional na assistência ao paciente e na equipe multidisciplinar frente ao uso racional de antimicrobianos.","PeriodicalId":498479,"journal":{"name":"Revista Brasileira de Farmácia Hospitalar e Serviços de Saúde","volume":" 86","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2023-12-19","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Revista Brasileira de Farmácia Hospitalar e Serviços de Saúde","FirstCategoryId":"0","ListUrlMain":"https://doi.org/10.30968/rbfhss.2023.144.0967","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
Objetivo: O presente estudo teve como objetivo investigar a incidência de infecções por bactérias em pacientes infectados pelo SARS-COV-2 internados em unidades de terapia intensiva (UTIs) de um hospital oncológico do Sul do Brasil e descrever a atuação do farmacêutico no manejo de antimicrobianos. Métodos: Neste estudo observacional descritivo, com coleta de dados retrospectivos, foram incluídos todos os pacientes com COVID-19, confirmada através de exame de reação em cadeia da polimerase (PCR), internados em UTIs adulto no Hospital Erasto Gaertner no período de maio de 2020 a agosto de 2021. Foram analisados os dados demográficos e clínicos coletados em prontuário. Também foram relacionados o número e a classificação das intervenções farmacêuticas realizadas no período. Resultados: De 192 pacientes internados com COVID-19 na UTI, 104 (54%) apresentavam diagnóstico oncológico, sendo 62 (60%) diagnosticados com câncer sólido e 42 (40%) hematológicos. O tempo de internamento observado foi, em média, igual a 9,5 dias (DP:6,4), sendo que a maior parte dos pacientes demandou procedimentos invasivos. Destes, 44 (23%) apresentaram pneumonia associada a ventilação (PAV) e 32 (17%) pacientes desenvolveram infecção de corrente sanguínea (ICS). As bactérias mais prevalentes foram Acinetobacter baumannii com perfil multirresistente e Staphylococcus aureus sensível à meticilina. Foram realizadas 60 intervenções farmacêuticas no gerenciamento do uso de antimicrobianos, sendo as mais prevalentes: adição, descontinuidade, descalonamento, cálculo e ajuste de dose. No que diz respeito ao desfecho clínico, 147 (77%) dos pacientes internados com COVID-19 foram a óbito, sendo que parte destes apresentou coinfecções como PAV (n=36) ou ICS (n=28). Conclusões: Os resultados obtidos foram condizentes com a literatura, em que as taxas de coinfecção e uso de antimicrobianos foram altas. Além disso, as intervenções farmacêuticas descritas reforçam a importância deste profissional na assistência ao paciente e na equipe multidisciplinar frente ao uso racional de antimicrobianos.