{"title":"ITARD e o \"Selvagem de Aveyron”","authors":"Samira Saad Pulchério Lancillotti","doi":"10.20396/rho.v23i00.8674127","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"O presente artigo traz a análise da experiência pioneira na educação de pessoas com deficiência intelectual. Toma por referência o trabalho de Jean Marc-Gaspard Itard (1774-1838), médico francês, que educou um “jovem selvagem”, de nome Victor, capturado em 1800 nas cercanias da Floresta de La Caune. Itard trabalhou no Instituto Nacional dos Surdos-Mudos, em Paris, e publicou o primeiro relatório sobre a educação do menino em 1801, sob o título \"Da educação de um homem selvagem ou dos primeiros desenvolvimentos físicos do jovem Selvagem do Aveyron\". No referido relatório, Itard descreveu suas ações e os resultados alcançados na educação de Victor ao longo dos primeiros nove meses de atividade. A análise toma por referência a categoria teórica \"organização do trabalho didático\" (OTD), desenvolvida por Alves, para compreender as práticas educativas aplicadas a pessoas com deficiência intelectual. O estudo evidencia que, enquanto a educação comum se consolidou de conformidade com a proposta de Jan Amós Comenius (1592-1670), por meio do ensino coletivo e uso de manuais didáticos, a educação de crianças com deficiência intelectual, desde seus primórdios, adotou a proposta do ensino individualizado. Essa abordagem continuou a ser desenvolvida ao longo do século XX e acabou se estabelecendo como referência no campo da educação especial, particularmente para crianças com deficiências cognitivas mais graves. A análise destaca a importância de compreender a historicidade das práticas educativas voltadas às pessoas com deficiência intelectual, o que permite apreender os desafios postos à educação desse alunado e avançar, no sentido de assegurar-lhes acesso ao conhecimento científico, artístico e filosófico junto dos demais estudantes.","PeriodicalId":262871,"journal":{"name":"Revista HISTEDBR On-line","volume":"31 6","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2023-12-05","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Revista HISTEDBR On-line","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.20396/rho.v23i00.8674127","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
O presente artigo traz a análise da experiência pioneira na educação de pessoas com deficiência intelectual. Toma por referência o trabalho de Jean Marc-Gaspard Itard (1774-1838), médico francês, que educou um “jovem selvagem”, de nome Victor, capturado em 1800 nas cercanias da Floresta de La Caune. Itard trabalhou no Instituto Nacional dos Surdos-Mudos, em Paris, e publicou o primeiro relatório sobre a educação do menino em 1801, sob o título "Da educação de um homem selvagem ou dos primeiros desenvolvimentos físicos do jovem Selvagem do Aveyron". No referido relatório, Itard descreveu suas ações e os resultados alcançados na educação de Victor ao longo dos primeiros nove meses de atividade. A análise toma por referência a categoria teórica "organização do trabalho didático" (OTD), desenvolvida por Alves, para compreender as práticas educativas aplicadas a pessoas com deficiência intelectual. O estudo evidencia que, enquanto a educação comum se consolidou de conformidade com a proposta de Jan Amós Comenius (1592-1670), por meio do ensino coletivo e uso de manuais didáticos, a educação de crianças com deficiência intelectual, desde seus primórdios, adotou a proposta do ensino individualizado. Essa abordagem continuou a ser desenvolvida ao longo do século XX e acabou se estabelecendo como referência no campo da educação especial, particularmente para crianças com deficiências cognitivas mais graves. A análise destaca a importância de compreender a historicidade das práticas educativas voltadas às pessoas com deficiência intelectual, o que permite apreender os desafios postos à educação desse alunado e avançar, no sentido de assegurar-lhes acesso ao conhecimento científico, artístico e filosófico junto dos demais estudantes.