Daniele Calaça de Oliveira, Maria Olívia Lima de Mendonça
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Abstract
A Ginecologia Natural, conhecida por ser uma ginecologia autônoma e política, é compreendida como um movimento político e pedagógico que questiona a aliança médico-farmacêutica e resgata saberes ancestrais, reivindicando o autoconhecimento como forma de empoderamento pessoal. Ela antepõe-se aos processos de patologização, medicalização e comercialização que são especialmente voltados para os corpos feminizados e propõe um olhar sistêmico sobre os processos de saúde-doença, levando em consideração as dimensões corporais, mentais e energéticas (espirituais) do ser. Diante disso, são percebidas inúmeras aproximações entre a Medicina de Família e Comunidade e a Ginecologia Natural, pois ambas são pautadas no paradigma integralista e relacionam-se com o Método Clínico Centrado na Pessoa (MCCP). Ademais, por meio da escuta empática, da longitudinalidade e do domínio do MCCP, médicas e médicos de família e comunidade atuam como agentes ou facilitadores da cura. Na perspectiva da Ginecologia Natural, o autoconhecimento é ferramenta imprescindível no caminho da (auto)cura. E, pela exploração da experiência com a doença, como reitera o primeiro componente do MCCP, médicas e médicos podem auxiliar as pessoas na compreensão de seus processos únicos de adoecimento, contribuindo assim para a jornada de autoconhecimento e de autocura de cada um. Assim, este ensaio teórico objetivou dialogar sobre o papel de médicas e médicos de família e comunidade como agentes de cura e entender como a Ginecologia Natural pode potencializar esse processo por meio de sua principal ferramenta: o autoconhecimento.