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Abstract
Neste ensaio considerado o marco fundador dos estudos trans estadunidenses, Sandy Stone, a partir da análise de autobiografias de mulheres trans e de literatura médica, examina e desafia o modo como saberes médicos historicamente investigaram e elaboraram concepções normativas sobre a transexualidade. A autora aponta pressupostos cisheteronormativos que orientaram a produção de conhecimento de profissionais da medicina acerca do trânsito de gênero, e conecta esse campo de pesquisa e intervenção com discursos de feministas radicais em um cerne fundamental: a apreensão de pessoas trans como alienadas e incapazes de compreender e expressar verdade sobre si. Se em um primeiro momento pode ser lido como uma resposta ao livro anti-trans “The Transsexual Empire” de Janice Raymond, “O império contra-ataca” se mostra mais do que isso: é uma crítica à exclusão de pessoas trans do regime de enunciação sobre subjetividades e experiência trans, e um chamamento para que tais sujeitos se apropriem de sua capacidade transformativa e disruptiva, participando na formação de um movimento intelectual, criativo e político contra-discursivo.