{"title":"Notas sobre O castelo de Franz Kafka: temporalidade subjuntiva e comunidade","authors":"Tomaz Amorim Izabel","doi":"10.12957/matraga.2023.73461","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"O ensaio parte de uma análise formal da temporalidade kafkiana em O castelo, mostrando como seu uso acentuado do modo subjuntivo, entre outras estratégias narrativas, ajuda a produzir o efeito insólito característico do romance. A narração em terceira pessoa, mas colada à experiência de K., descreve acontecimentos do enredo para em seguida colocá-los em dúvida, a partir de hipóteses e suposições hiperinterpretadas a partir do ponto de vista de um estranho àquela comunidade. Os fatos se esfarelam diante daquele que busca uma confirmação formal do direito de permanecer. Assim, representando e exagerando até o absurdo características marcantes da temporalidade moderna, Kafka consegue produzir um foco narrativo original que descreve a posição de insegurança, ontológica e metafísica, de figuras históricas afetadas pelas grandes guerras, como os refugiados e os imigrantes, que o protagonista K. de certa forma encarna.","PeriodicalId":40929,"journal":{"name":"Matraga-Estudos Linguisticos e Literario","volume":"12 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.1000,"publicationDate":"2023-10-18","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Matraga-Estudos Linguisticos e Literario","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.12957/matraga.2023.73461","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"0","JCRName":"LITERATURE","Score":null,"Total":0}
引用次数: 0
Abstract
O ensaio parte de uma análise formal da temporalidade kafkiana em O castelo, mostrando como seu uso acentuado do modo subjuntivo, entre outras estratégias narrativas, ajuda a produzir o efeito insólito característico do romance. A narração em terceira pessoa, mas colada à experiência de K., descreve acontecimentos do enredo para em seguida colocá-los em dúvida, a partir de hipóteses e suposições hiperinterpretadas a partir do ponto de vista de um estranho àquela comunidade. Os fatos se esfarelam diante daquele que busca uma confirmação formal do direito de permanecer. Assim, representando e exagerando até o absurdo características marcantes da temporalidade moderna, Kafka consegue produzir um foco narrativo original que descreve a posição de insegurança, ontológica e metafísica, de figuras históricas afetadas pelas grandes guerras, como os refugiados e os imigrantes, que o protagonista K. de certa forma encarna.