{"title":"A presença de Kafka no romance contemporâneo: Sefarad (2001) de Antonio Muñoz Molina","authors":"Ana Paula De Souza","doi":"10.12957/matraga.2023.73077","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"A presença de grandes romancistas da alta modernidade e seus clássicos é uma tendência observada na feitura dos romances contemporâneos (Perrone-Moisés, 2016). Por vezes, esses escritores são tornados personagens de ficção, por outras, são feitas releituras de suas histórias e personagens icônicos. Uma das formas pelas quais se revela essa presença é por meio do uso reiterado de procedimentos narrativos de intertextualidade, tais como transposições, imitação, citações, alusões e referências (Genette, 2010) (Samoyault, 2008). Em toda sua narrativa de ficção, o escritor espanhol Antonio Muñoz Molina (1956) apresenta essa tendência. O romance Sefarad (2001) é um dos que melhor exemplifica essa escrita literária inspirada por releitura(s), e o escritor moderno, cuja onipresença é latente na escrita desse romance, é Franz Kafka. Este artigo tem como principal objetivo analisar os procedimentos de intertextualidade empregados por Muñoz Molina na composição de Sefarad, a fim de sistematizar a presença de Kafka na feitura do romance, atribuindo sentidos possíveis a essa presença. O resultado do estudo revela que Kafka figura na composição de Sefarad de três formas: transformado em personagem de ficção; por meio da intertextualidade estabelecida com alguns de seus mais emblemáticos textos; e pela capacidade visionária atribuída pelo escritor contemporâneo à Kafka como privilegiado pensador de seu tempo.","PeriodicalId":40929,"journal":{"name":"Matraga-Estudos Linguisticos e Literario","volume":"71 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.1000,"publicationDate":"2023-10-18","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Matraga-Estudos Linguisticos e Literario","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.12957/matraga.2023.73077","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"0","JCRName":"LITERATURE","Score":null,"Total":0}
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Abstract
A presença de grandes romancistas da alta modernidade e seus clássicos é uma tendência observada na feitura dos romances contemporâneos (Perrone-Moisés, 2016). Por vezes, esses escritores são tornados personagens de ficção, por outras, são feitas releituras de suas histórias e personagens icônicos. Uma das formas pelas quais se revela essa presença é por meio do uso reiterado de procedimentos narrativos de intertextualidade, tais como transposições, imitação, citações, alusões e referências (Genette, 2010) (Samoyault, 2008). Em toda sua narrativa de ficção, o escritor espanhol Antonio Muñoz Molina (1956) apresenta essa tendência. O romance Sefarad (2001) é um dos que melhor exemplifica essa escrita literária inspirada por releitura(s), e o escritor moderno, cuja onipresença é latente na escrita desse romance, é Franz Kafka. Este artigo tem como principal objetivo analisar os procedimentos de intertextualidade empregados por Muñoz Molina na composição de Sefarad, a fim de sistematizar a presença de Kafka na feitura do romance, atribuindo sentidos possíveis a essa presença. O resultado do estudo revela que Kafka figura na composição de Sefarad de três formas: transformado em personagem de ficção; por meio da intertextualidade estabelecida com alguns de seus mais emblemáticos textos; e pela capacidade visionária atribuída pelo escritor contemporâneo à Kafka como privilegiado pensador de seu tempo.