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Abstract
O passado colonialista português caracteriza-se por uma história em que os elementos de violência social e de episódios traumáticos permanecem em busca de reconhecimento, de representação e de elaboração psíquica. A mentalidade colonialista e racista persiste, fazendo parte da identidade de Grande Grupo, e contribui para uma transmissão radioativa dos elementos traumáticos não elaborados. As catástrofes sociais, fruto da ação de seres humanos sobre outros seres humanos, suscitam um tempo de latência durante o qual a memória e reconhecimento coletivos se encontram comprometidos, gerando uma ausência de ressonância afetiva perante os seus efeitos. As produções culturais em torno destes temas podem constituir-se como telas intermediárias, contribuindo para a possibilidade de representação e elaboração mental dos elementos traumáticos da história coletiva e individual.