João Alfredo Seixas, Philippe Godefroy Costa de Souza, Ana Luiza Mota Lucindo de Carvalho, Juliana Dias Gondim Sanches, Filomena Aste Silveira
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Abstract
Introdução: No Brasil, A gravidez na adolescência está associada à desigualdade étnica, cultural e socioeconômica, afetando, principalmente, mulheres de camadas sociais mais baixas. Essa situação tem consequências desfavoráveis para as perspectivas de estudo e trabalho das jovens, impactando seu crescimento pessoal e profissional. Trata-se de um ciclo vicioso que precisa ser interrompido. Objetivo: Conhecer o número e os tipos de parto em gestantes adolescentes em um município do interior do Rio de Janeiro. Métodos: Coletaram-se dados do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), disponíveis publicamente na internet. Os autores analisaram os dados referentes aos partos de adolescentes com idades entre 10 e 14 anos e entre 15 e 19 anos, ocorridos no município de Valença (RJ), no período de 2017 a 2021 (último ano disponível para consulta). Resultados: Durante o período estudado, ocorreram 4.080 partos no município de Valença (RJ), dos quais 644 (16,7%) foram em adolescentes. Dentre esses, 616 (15%) foram de adolescentes entre 15 e 19 anos e 28 (0,7%) de adolescentes entre 10 e 14 anos de idade. Observou-se uma redução no número de partos nessa faixa etária ao longo dos anos, com os seguintes números: 155, 159, 125, 108 e 97 partos nos anos de 2017, 2018, 2019, 2020 e 2021, respectivamente. Em relação ao tipo de parto, 10 foram partos vaginais e 18 foram partos cesáreos para as adolescentes entre 10 e 14 anos, enquanto para as adolescentes entre 15 e 19 anos, houve 327 partos vaginais e 289 partos cesáreos. Ao longo dos anos, a proporção de partos vaginais aumentou de 48%, em 2017, para 82%, em 2021. Conclusão: Com base nos resultados apresentados, é possível concluir que houve uma diminuição no número de partos em adolescentes no município de Valença (RJ) entre os anos de 2017 e 2021, juntamente com um aumento na proporção de partos vaginais em relação aos partos cesáreos. Esses números refletem os esforços realizados no município nos últimos anos, incluindo a realização de palestras, visitas às escolas e capacitação dos profissionais de saúde no atendimento às adolescentes, tanto em nível ambulatorial quanto hospitalar. É importante conhecer a magnitude do problema em cada região para que estratégias possam ser adotadas visando minimizar as repercussões desfavoráveis da gravidez na adolescência.