Ana Laura Ribas Braga Bettega, Bryan Alexander Cuervo, Mario Fernando Davila Obando, Julio Da Silva Almeida, Daniela Cardeño Chamorro, Tatianne Rosa dos Santos, Christian Montero Vera, Sílvio Silva Fernandes
{"title":"Dermatofibroma vulvar: relato de caso","authors":"Ana Laura Ribas Braga Bettega, Bryan Alexander Cuervo, Mario Fernando Davila Obando, Julio Da Silva Almeida, Daniela Cardeño Chamorro, Tatianne Rosa dos Santos, Christian Montero Vera, Sílvio Silva Fernandes","doi":"10.5327/jbg-2965-3711-2023133s1114","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Introdução: Os tumores vulvares representam apenas 4% de todas as neoplasias ginecológicas e são o 4º em frequência, depois dos tumores do colo do útero, útero e ovário. 98% de todos os tumores vulvares são benignos e apenas 2% são malignos. No entanto, fazer o diagnóstico correto nem sempre é fácil devido às similaridades patológicas. Este relato de caso de dermatofibroma vulvar pretende contribuir para a identificação e tratamento de possíveis novos casos. Relato de caso: A.S.D.S., mulher de 88 anos, procurou o ambulatório com queixa de lesão e prurido na região vulvar há aproximadamente um ano. Relata aumento progressivo da lesão e piora do prurido, mas nega qualquer secreção, dor local e outros sinais ou sintomas que afetem o estado de saúde. Ao ser questionada, a paciente descreve a lesão como não sendo uma massa nem um nódulo. Seu histórico ginecológico e obstétrico indica menopausa aos 52 anos e realização de histerectomia total abdominal e salpingooforectomia bilateral aos 53 anos devido a sangramento uterino anormal, mas não sabe dizer o diagnóstico exato. Não apresenta alterações nos últimos exames, preventivo e mamografia, realizados aos 65 anos. Ao exame físico, foi verificada a presença de uma lesão em placa na região esquerda da vulva, no terço superior e médio, com cerca de 6 × 3 cm, acinzentada, eritematosa, descamativa na periferia e bordas irregulares. Não apresentava alterações no canal vaginal e o toque vaginal era indolor. Foi decidido realizar uma biópsia excisional. Após a ressecção da lesão com margens, a análise histopatológica da amostra sugeriu o diagnóstico de leiomioma. Por sugestão do patologista, foi realizada imuno-histoquímica, que diagnosticou a lesão como dermatofibroma. Comentários: Como existem poucas técnicas utilizadas para diferenciar a natureza do tumor, a biópsia excisional parece ser o melhor procedimento atualmente empregado, além de ser o tratamento de escolha para tais tumores. No caso apresentado, a análise imuno-histoquímica foi de grande valia para fechar o diagnóstico. Anticorpos como caldesmon, actina-alfa e desmina foram utilizados para verificar a existência de células musculares na amostra, revelando um resultado negativo. A possibilidade de estarmos diante de um melanoma também foi verificada utilizando o anticorpo proteína S100 (marcador de células de origem da crista neural, como os melanócitos), o que também foi descartado. A análise imuno-histoquímica se revelou positiva apenas para o fator XIII.","PeriodicalId":84971,"journal":{"name":"Jornal brasileiro de ginecologia","volume":"136 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2023-01-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Jornal brasileiro de ginecologia","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.5327/jbg-2965-3711-2023133s1114","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
Introdução: Os tumores vulvares representam apenas 4% de todas as neoplasias ginecológicas e são o 4º em frequência, depois dos tumores do colo do útero, útero e ovário. 98% de todos os tumores vulvares são benignos e apenas 2% são malignos. No entanto, fazer o diagnóstico correto nem sempre é fácil devido às similaridades patológicas. Este relato de caso de dermatofibroma vulvar pretende contribuir para a identificação e tratamento de possíveis novos casos. Relato de caso: A.S.D.S., mulher de 88 anos, procurou o ambulatório com queixa de lesão e prurido na região vulvar há aproximadamente um ano. Relata aumento progressivo da lesão e piora do prurido, mas nega qualquer secreção, dor local e outros sinais ou sintomas que afetem o estado de saúde. Ao ser questionada, a paciente descreve a lesão como não sendo uma massa nem um nódulo. Seu histórico ginecológico e obstétrico indica menopausa aos 52 anos e realização de histerectomia total abdominal e salpingooforectomia bilateral aos 53 anos devido a sangramento uterino anormal, mas não sabe dizer o diagnóstico exato. Não apresenta alterações nos últimos exames, preventivo e mamografia, realizados aos 65 anos. Ao exame físico, foi verificada a presença de uma lesão em placa na região esquerda da vulva, no terço superior e médio, com cerca de 6 × 3 cm, acinzentada, eritematosa, descamativa na periferia e bordas irregulares. Não apresentava alterações no canal vaginal e o toque vaginal era indolor. Foi decidido realizar uma biópsia excisional. Após a ressecção da lesão com margens, a análise histopatológica da amostra sugeriu o diagnóstico de leiomioma. Por sugestão do patologista, foi realizada imuno-histoquímica, que diagnosticou a lesão como dermatofibroma. Comentários: Como existem poucas técnicas utilizadas para diferenciar a natureza do tumor, a biópsia excisional parece ser o melhor procedimento atualmente empregado, além de ser o tratamento de escolha para tais tumores. No caso apresentado, a análise imuno-histoquímica foi de grande valia para fechar o diagnóstico. Anticorpos como caldesmon, actina-alfa e desmina foram utilizados para verificar a existência de células musculares na amostra, revelando um resultado negativo. A possibilidade de estarmos diante de um melanoma também foi verificada utilizando o anticorpo proteína S100 (marcador de células de origem da crista neural, como os melanócitos), o que também foi descartado. A análise imuno-histoquímica se revelou positiva apenas para o fator XIII.