Fernanda Almenara Silva dos Santos Gondim, Raphaella dos Santos Maia Crud, Nathália Portilho de Mello Freitas, Natália Chamusca Simões, Bruna Puziski, Fabiana Pichinine Noronha, Tereza Maria Pereira Fontes, Roberto Luiz Carvalhosa dos Santos
{"title":"Tratamento cirúrgico de cisto de Gartner sintomático: relato de caso","authors":"Fernanda Almenara Silva dos Santos Gondim, Raphaella dos Santos Maia Crud, Nathália Portilho de Mello Freitas, Natália Chamusca Simões, Bruna Puziski, Fabiana Pichinine Noronha, Tereza Maria Pereira Fontes, Roberto Luiz Carvalhosa dos Santos","doi":"10.5327/jbg-2965-3711-2023133s1044","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Introdução: O cisto de Gartner está localizado na parede anterolateral da vagina, seguindo a linha de Gartner e originando-se de restos embrionários dos ductos de Wolff. Geralmente é pequeno e assintomático, não requerendo tratamento. No entanto, quando próximo ao introito vaginal, pode causar obliteração, simulando a imperfuração himenal, ou levar à retenção urinária se estiver próximo à bexiga e uretra. Cistos grandes e/ou sintomáticos requerem ressecção cirúrgica, pois costumam recidivar após punção aspirativa. Relato de caso: Paciente de 48 anos, do sexo feminino, G3P2A1 (dois partos cesáreos e um aborto tubário), com última menstruação aos 46 anos, procurou o Ambulatório de Ginecologia em julho de 2021 com relato de surgimento de um nódulo na vagina havia 2 anos, com crescimento progressivo e causando dispareunia, impossibilitando a penetração durante o ato sexual. No exame físico da primeira consulta, foi observado um cisto de aproximadamente 4 cm no terço médio da parede vaginal anterolateral esquerda. A ultrassonografia transvaginal não apresentou achados relevantes, mostrando útero em anteversoflexão, medindo 67 × 42 × 72 mm (volume de 110 cm3), com presença de nódulos miomatosos subserosos anterior de 33 × 34 mm e posterior de 21 × 20 mm, além de um nódulo de 54 × 36 mm, e o endométrio não individualizado. Os ovários apresentaram tamanho normal, medindo 12 × 08 mm à direita e 13 × 08 mm à esquerda. Realizou-se a exérese cirúrgica do cisto com dissecção da mucosa. O exame anatomopatológico confirmou o diagnóstico de cisto de Gartner. A paciente teve evolução satisfatória, com completa remissão da dispareunia. Comentários: Embora na maioria dos casos os cistos de Gartner sejam assintomáticos e diagnosticados como achados durante o exame clínico, no caso da nossa paciente, ele se apresentou sintomático, afetando sua vida sexual, o que motivou sua consulta para investigação da dispareunia durante a penetração. A simples remoção do cisto proporcionou a recuperação da qualidade de vida sexual da paciente.","PeriodicalId":84971,"journal":{"name":"Jornal brasileiro de ginecologia","volume":"19 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2023-01-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Jornal brasileiro de ginecologia","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.5327/jbg-2965-3711-2023133s1044","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
引用次数: 0
Abstract
Introdução: O cisto de Gartner está localizado na parede anterolateral da vagina, seguindo a linha de Gartner e originando-se de restos embrionários dos ductos de Wolff. Geralmente é pequeno e assintomático, não requerendo tratamento. No entanto, quando próximo ao introito vaginal, pode causar obliteração, simulando a imperfuração himenal, ou levar à retenção urinária se estiver próximo à bexiga e uretra. Cistos grandes e/ou sintomáticos requerem ressecção cirúrgica, pois costumam recidivar após punção aspirativa. Relato de caso: Paciente de 48 anos, do sexo feminino, G3P2A1 (dois partos cesáreos e um aborto tubário), com última menstruação aos 46 anos, procurou o Ambulatório de Ginecologia em julho de 2021 com relato de surgimento de um nódulo na vagina havia 2 anos, com crescimento progressivo e causando dispareunia, impossibilitando a penetração durante o ato sexual. No exame físico da primeira consulta, foi observado um cisto de aproximadamente 4 cm no terço médio da parede vaginal anterolateral esquerda. A ultrassonografia transvaginal não apresentou achados relevantes, mostrando útero em anteversoflexão, medindo 67 × 42 × 72 mm (volume de 110 cm3), com presença de nódulos miomatosos subserosos anterior de 33 × 34 mm e posterior de 21 × 20 mm, além de um nódulo de 54 × 36 mm, e o endométrio não individualizado. Os ovários apresentaram tamanho normal, medindo 12 × 08 mm à direita e 13 × 08 mm à esquerda. Realizou-se a exérese cirúrgica do cisto com dissecção da mucosa. O exame anatomopatológico confirmou o diagnóstico de cisto de Gartner. A paciente teve evolução satisfatória, com completa remissão da dispareunia. Comentários: Embora na maioria dos casos os cistos de Gartner sejam assintomáticos e diagnosticados como achados durante o exame clínico, no caso da nossa paciente, ele se apresentou sintomático, afetando sua vida sexual, o que motivou sua consulta para investigação da dispareunia durante a penetração. A simples remoção do cisto proporcionou a recuperação da qualidade de vida sexual da paciente.