A ausência de unidades dispensadoras de medicamentos em municípios pode influenciar no abandono ao tratamento por pessoas vivendo com HIV/AIDS?

Francisco Álisson PAULA-FRANÇA, Rafael Santos SANTANA
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Abstract

Objetivo: verificar a existência de associação entre o abandono à terapia antirretroviral (TARV) por PVHA e a não disponibilização de serviço de dispensação em municípios situados na região Sul do Brasil. Métodos: estudo exploratório e analítico, realizado a partir de registros de Pessoas Vivendo com HIV/AIDS (PVHA) em abandono de TARV residentes na região Sul do Brasil. Incluiu-se o registro de indivíduos que estavam há, pelo menos, cem dias sem retirar medicamentos. Os dados foram coletados por meio do Sistema de Controle Logístico de Medicamentos (SICLOM), Sistema de Monitoramento Clínico das Pessoas Vivendo com HIV/AIDS (SIMC) e Sistema de Controle de Exames Laboratoriais (SISCEL), no período de outubro a novembro de 2022, referentes aos registros de usuários datados entre 1986 a 2022. Resultados: foram checados os registros de 21.861 usuários. A média de abandono foi 814±831,7 dias, com variação entre 101 a 4.276 dias. A maioria das PVHA em TARV residia no Rio Grande do Sul (n=10.951; 50,1%), uma das Unidades da Federação que apresenta maior incidência de AIDS. Com relação às demais características sociodemográficas, revelou-se que a maioria era do sexo masculino (n=12.300; 56,4%), residente no interior (n=15.905; 72,8%), com faixa etária média de idade de 42,1±13,0, raça/cor branca (n=13.053; 59,7%) e com escolaridade de 4 a 7 anos de estudo (n=6.192; 28,3%). O tempo médio de uso da TARV foi de 7,9±2,1 anos, e 49,0% (n=10.718) das PVHA antes do abandono do tratamento estavam com a carga viral indetectável (<50 cópias/mm3). Em paralelo a isso, foi observado que os participantes da pesquisa que moravam em municípios que não possuíam Unidades Dispensadoras de Medicamentos (UDM) (p<0,02) apresentavam 14,9% (IC 14,5 – 15,3) maior chance de abandonar sua terapia quando comparados aos que residiam em cidades que possuíam serviço de dispensação de antirretrovirais. Conclusão: esses achados apontaram que o abandono à TARV por PVHA pode ter uma associação com a distribuição espacial das UDM. Para tanto, descentralizar o acesso aos antirretrovirais é uma estratégia que poderá repercutir positivamente na qualidade de vida e aumentar o tempo de sobrevida dos pacientes da região Sul do Brasil.
各城市缺乏配药单位是否会影响艾滋病毒/艾滋病患者放弃治疗?
目的:确定巴西南部城市艾滋病毒感染者放弃抗逆转录病毒治疗(art)与无法提供抗逆转录病毒治疗之间的关系。方法:对居住在巴西南部地区的艾滋病毒/艾滋病(plwha)患者放弃抗逆转录病毒治疗的记录进行探索性和分析性研究。包括至少100天未取药的个人记录。数据是通过药物后勤控制系统(SICLOM)、艾滋病毒/艾滋病患者临床监测系统(SIMC)和实验室检测控制系统(SISCEL)在2022年10月至11月期间收集的,涉及1986年至2022年的用户记录。结果:对21.861名用户的记录进行了检查。平均放弃时间为814±831.7天,范围为101 ~ 4276天。接受抗逆转录病毒治疗的大多数艾滋病毒感染者居住在大南州(n= 10,951;50.1%),是艾滋病发病率最高的联邦单位之一。关于其他社会人口学特征,我们发现大多数是男性(n= 12,300; p = 0,05)。56.4%),内陆居民(n= 15,905;72.8%),平均年龄42.1±13.0,种族/白人(n= 13053;59.7%)和4 - 7年教育(n= 6192;3%)。haart的平均使用时间为7.9±2.1年,49.0% (n= 10,718)的艾滋病毒感染者在停止治疗前无法检测到病毒载量(< 50拷贝/mm3)。并行的观察结果是,住在城市研究的参与者没有自动售货单位的药品(= =)(p< 0 2 9% (ci) 14日,5—15,3)放弃治疗的可能性比那些住在城市,服务分发抗逆转录病毒药物。结论:这些发现表明,艾滋病毒感染者放弃抗逆转录病毒治疗可能与dmu的空间分布有关。因此,分散获得抗逆转录病毒药物是一项战略,可能对巴西南部地区患者的生活质量产生积极影响,并增加患者的生存时间。
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