{"title":"A (Im)produtividade do Trabalho Reprodutivo e a Exaustão das Mulheres na Contemporaneidade","authors":"Marília Duarte de Souza, Deise Luiza Ferraz","doi":"10.1590/1982-7849rac2023220342.por","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"RESUMO Objetivo: debater a (im)produtividade do trabalho reprodutivo, potencialidades e limites da expansão do capital sobre esse trabalho para alterar a opressão que se manifesta nas condições de exaustão das mulheres na contemporaneidade. Marco teórico: partimos de uma perspectiva marxiana, consideramos que os debates acerca da produtividade do trabalho reprodutivo devam superar as análises baseadas na imediaticidade deste trabalho e apreender as determinantes que envolvem a absorção pelo capital de um trabalho enquanto trabalho produtivo, reprodutivo ou improdutivo. Métodos: coletamos dados estatísticos secundários disponibilizados pelo IBGE, pelo Sebrae e pelo British Cleaning Council, a análise foi realizada com base no materialismo histórico. Resultados: demonstramos que o capital tem se apropriado produtivamente do trabalho reprodutivo, no entanto, tal apropriação não tem significado alteração das condições de divisão sexual do trabalho e exaustão das mulheres. Conclusão: concluímos que ao invés de a transmutação de trabalho reprodutivo a produtivo ser um avanço para a emancipação das mulheres, tem sido fonte de maior exploração de sua força de trabalho e de exaustão, uma vez que tal apropriação não supera a exploração que engendra a universalidade de opressões sob o capitalismo, conforme as necessidades de valorização do valor.","PeriodicalId":53246,"journal":{"name":"RAC Revista de Administracao Contemporanea","volume":"10 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2023-01-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"RAC Revista de Administracao Contemporanea","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.1590/1982-7849rac2023220342.por","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"Q4","JCRName":"Business, Management and Accounting","Score":null,"Total":0}
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Abstract
RESUMO Objetivo: debater a (im)produtividade do trabalho reprodutivo, potencialidades e limites da expansão do capital sobre esse trabalho para alterar a opressão que se manifesta nas condições de exaustão das mulheres na contemporaneidade. Marco teórico: partimos de uma perspectiva marxiana, consideramos que os debates acerca da produtividade do trabalho reprodutivo devam superar as análises baseadas na imediaticidade deste trabalho e apreender as determinantes que envolvem a absorção pelo capital de um trabalho enquanto trabalho produtivo, reprodutivo ou improdutivo. Métodos: coletamos dados estatísticos secundários disponibilizados pelo IBGE, pelo Sebrae e pelo British Cleaning Council, a análise foi realizada com base no materialismo histórico. Resultados: demonstramos que o capital tem se apropriado produtivamente do trabalho reprodutivo, no entanto, tal apropriação não tem significado alteração das condições de divisão sexual do trabalho e exaustão das mulheres. Conclusão: concluímos que ao invés de a transmutação de trabalho reprodutivo a produtivo ser um avanço para a emancipação das mulheres, tem sido fonte de maior exploração de sua força de trabalho e de exaustão, uma vez que tal apropriação não supera a exploração que engendra a universalidade de opressões sob o capitalismo, conforme as necessidades de valorização do valor.