O papel da arte na monumentalização da violência

monumentalização da violência
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Abstract

A vivência em grandes centros urbanos-históricos no território brasileiro – como o Rio de Janeiro e São Paulo – é marcada pela segregação. A organização espacial da diferença se dá de forma projetual, partindo da centralidade como princípio e a marginalização como procedimento sustentante. Nesta mobilização, as fronteiras sociais são tornadas visíveis em conformações que reiteram esta forma discriminatória de existir como unívoca; Uma destas é a disposição de grandes monumentos que evocam marcos temporais a partir de uma perspectiva histórica disseminada. Ao pensarmos o monumento como obra de arte destinada ao espaço público com fins simbólicos, adentramos em lugar de configurações sobre corpos, territórios e suas respectivas disputas, entremeados por agências políticas vetorizadas em única direção: A manutenção da estabilidade hegemônica pela cultura dominante. Nesta perspectiva, a cidade é o espaço em que se estabelecem as relações entre sociedade-indivíduo-mundo, atravessando a cultura como locus fundamental a se pensar tais relações. O tecido social, apreendido pela dinâmica capitalista, organiza-se de forma estratificada como legado das relações de poder que se estabeleceram no período colonialista. O que tomo como inquietação impelente é questionar quais são – à quem pertencem – estes corpos que são estigmatizados, desumanizados e exterminados pela lógica que se estabelece nas disputas pelo poder. Essa especificidade é determinante para a compreensão do processo de marginalização através da história; Mais decisivo que esta, somente a narrativa que se constrói em torno desta especificidade. Para compreendermos a complexidade estrutural desta narrativa, devemos retomar a espinha dorsal do pensamento ocidental, orientador sobre como agir e ser no mundo: a ontologia do sujeito. A filosofia europeia tem historicamente se debruçado na questão acerca da natureza comum da existência do ser. Tal pensamento reconfigura-se em algumas conformações – desde a metafísica platônica até a organização cartesiana do mundo –, mas orientados pela mesma sistematização. Isto é, o que fixa as formas de apreensão da realidade é tomado pelo sujeito como ponto
艺术在纪念暴力中的作用
在巴西的大型历史城市中心,如里约热内卢和sao保罗,这种体验以种族隔离为标志。差异的空间组织以投射的方式发生,以中心性为原则,以边缘化为持续过程。在这种动员中,社会边界在构象中变得可见,重申这种歧视性的存在方式是单一的;其中之一是大型纪念碑的布局,从广泛的历史角度唤起时间里程碑。当我们认为纪念碑是一件具有象征意义的公共空间艺术作品时,我们进入了身体、领土及其各自争端的设置,政治机构交织在一起,向一个方向矢量化:主导文化维护霸权稳定。从这个角度来看,城市是建立社会-个人-世界关系的空间,跨越文化作为思考这种关系的基本场所。作为殖民时期建立的权力关系的遗产,资本主义动态所掌握的社会结构以分层的方式组织起来。我认为迫切关注的是质疑这些身体是谁——它们属于谁——这些身体被权力斗争中确立的逻辑所污名化、非人化和消灭。这种特殊性对于理解历史上的边缘化过程至关重要;比这更有决定性的是围绕这种特殊性构建的叙事。为了理解这种叙事的结构复杂性,我们必须回到西方思想的支柱,即主体本体论,它指导我们如何在世界上行动和存在。历史上,欧洲哲学一直关注存在的共同本质问题。这种思想在某些构象中被重新配置——从柏拉图的形而上学到笛卡尔的世界组织——但以同样的系统化为指导。也就是说,固定了对现实的理解形式的东西被主体作为一个点
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