{"title":"ULTRAESTRUTURA DO ESPERMATOZOIDE DE METANEPHROPS RUBELLUS (NEPHROPIDAE): ESPERMIOTAXONOMIA PODE SER DECISIVA PARA ELUCIDAR QUESTÕES FILOGENETICAS?","authors":"A. O. Santana, F. L. Mantelatto, F. Zara","doi":"10.21826/2178-7581X2018223","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"A ultraestutura dos espermatozoides é conhecida para a maioria dos gêneros de Nephropidae Dana,1852, com exceção de Metanephrops Jenkins, 1972, o que dificulta estudos taxonômicos utilizando esta ferramenta. No Brasil, Metanephrops rubellus (Moreira, 1903) é um importante recurso pesqueiro. Neste trabalho descreve-se a ultraestrutura de espermatozoide de M. rubellus, comparando com descrições previas de outros gêneros da família. Espécimes foram coletados com NPq “Soloncy Moura” (CEPSUL-ICMBio) em São Sebastião (SP), Brasil. Amostras do sistema reprodutor foram fixadas e preparadas para rotina de microscopia eletrônica de transmissão. O espermatozoide é formado pelo acrossomo, citoplasma subacrosomal excêntrico e o núcleo no justaposto ao acrossomo. O acrossomo é um cilindro volumoso curto com complexo apical marcado por três áreas eletrondensas e nota-se um espessamento do material acrossomal interno, enquanto o material acrossomal externo alcança somente as margens do complexo. O material subacrosomal (câmara perforatorial) tem contato estreito com o complexo apical, e amplo na base com acentuada curvatura na altura do início da camada acrossomal interna. O material acrossomal interno e externo são amplos na base do acrossomo tornando-se estreitos junto ao complexo apical. O material acrossomal externo é granular e o interno dividido pelo material subacrossomal, com duas áreas apresentando eletrondensidade diferentes: 1) junto ao material subacrosomal menos eletrondenso e 2) área irregular em contato com o material acrossomal externo. O citoplasma excêntrico é volumoso com muitas mitocôndrias e restos de membrana, sendo o restante do espermatozoide preenchido pelo núcleo em forma de “C” com cromatina fibrosa. Análises morfológicas e moleculares produziram resultados conflitantes em relação ao gênero Nephrops Wood-Mason, 1872 onde a morfologia mostra Nephrops e Metanephrops como grupo-irmão, enquanto que a molecular coloca Homarus Weber, 1795 mais proximamente relacionada a Nephrops que Metanephrops. O espermatozoide Homarus e Nephrops possuem acrossoma muito alongado, material subacrossomal curto, nunca alcançando o complexo apical e fazendo com que o material acrossomal interno seja uma coluna única. Assim, a ultraestrutura do espermatozoide de Metanephrops suporta a filogenia molecular, indicando que a espermiotaxonomia é uma ferramenta importante ou decisiva a ser considerada para análises de parentesco.","PeriodicalId":175754,"journal":{"name":"Livro de Resumos do X Congresso Brasileiro sobre Crustáceos","volume":"3 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2018-11-11","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Livro de Resumos do X Congresso Brasileiro sobre Crustáceos","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.21826/2178-7581X2018223","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
A ultraestutura dos espermatozoides é conhecida para a maioria dos gêneros de Nephropidae Dana,1852, com exceção de Metanephrops Jenkins, 1972, o que dificulta estudos taxonômicos utilizando esta ferramenta. No Brasil, Metanephrops rubellus (Moreira, 1903) é um importante recurso pesqueiro. Neste trabalho descreve-se a ultraestrutura de espermatozoide de M. rubellus, comparando com descrições previas de outros gêneros da família. Espécimes foram coletados com NPq “Soloncy Moura” (CEPSUL-ICMBio) em São Sebastião (SP), Brasil. Amostras do sistema reprodutor foram fixadas e preparadas para rotina de microscopia eletrônica de transmissão. O espermatozoide é formado pelo acrossomo, citoplasma subacrosomal excêntrico e o núcleo no justaposto ao acrossomo. O acrossomo é um cilindro volumoso curto com complexo apical marcado por três áreas eletrondensas e nota-se um espessamento do material acrossomal interno, enquanto o material acrossomal externo alcança somente as margens do complexo. O material subacrosomal (câmara perforatorial) tem contato estreito com o complexo apical, e amplo na base com acentuada curvatura na altura do início da camada acrossomal interna. O material acrossomal interno e externo são amplos na base do acrossomo tornando-se estreitos junto ao complexo apical. O material acrossomal externo é granular e o interno dividido pelo material subacrossomal, com duas áreas apresentando eletrondensidade diferentes: 1) junto ao material subacrosomal menos eletrondenso e 2) área irregular em contato com o material acrossomal externo. O citoplasma excêntrico é volumoso com muitas mitocôndrias e restos de membrana, sendo o restante do espermatozoide preenchido pelo núcleo em forma de “C” com cromatina fibrosa. Análises morfológicas e moleculares produziram resultados conflitantes em relação ao gênero Nephrops Wood-Mason, 1872 onde a morfologia mostra Nephrops e Metanephrops como grupo-irmão, enquanto que a molecular coloca Homarus Weber, 1795 mais proximamente relacionada a Nephrops que Metanephrops. O espermatozoide Homarus e Nephrops possuem acrossoma muito alongado, material subacrossomal curto, nunca alcançando o complexo apical e fazendo com que o material acrossomal interno seja uma coluna única. Assim, a ultraestrutura do espermatozoide de Metanephrops suporta a filogenia molecular, indicando que a espermiotaxonomia é uma ferramenta importante ou decisiva a ser considerada para análises de parentesco.