{"title":"Modos de negar em Wapichana","authors":"R. Basso, Marcelo Giovannetti","doi":"10.18468/RBLI.2018V1N1.P79-101","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"A negação é uma característica básica de toda língua natural, e sua compreensão é fundamental para lidarmos com sentenças falsas ou contraditórias, resultantes da aplicação do operador de negação a uma sentença. Em semântica e pragmática formal, estudar a negação é também interessante por destacar sua interação com outros operadores como quantificadores e modalizadores. Neste artigo, analisaremos a negação em Wapichana, uma língua indígena brasileira, da família Arawak, falada em Roraima, na Venezuela e na Guiana, tomando como aporte teórico a Semântica Formal. Dividimos este artigo do seguinte modo: na primeira seção, faremos uma tipologia mínima sobre a negação nas línguas naturais; na sequência, caracterizaremos a língua Wapichana entre as línguas naturais, discutindo questões relacionadas à sua tipologia. Na seção 3, passaremos à discussão sobre a negação nessa língua, abordando, nas subseções de 3.1 a 3.4, alguns de seus diferentes aspectos, quais sejam, a diferença entre as negações realizadas por “auna’a” e “auna’a naa”; a especificidade da forma “manaa” para a realização da negação no imperativo; o prefixo “may-“, como uma forma presa responsável pela negação de certos substantivos e adjetivos; e, por fim, uma discussão sobre a contribuição da forma “naa” no que chamamos de “negação pressuposicional”.","PeriodicalId":308390,"journal":{"name":"Revista Brasileira de Línguas Indígenas","volume":"586 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2018-08-31","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Revista Brasileira de Línguas Indígenas","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.18468/RBLI.2018V1N1.P79-101","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
引用次数: 0
Abstract
A negação é uma característica básica de toda língua natural, e sua compreensão é fundamental para lidarmos com sentenças falsas ou contraditórias, resultantes da aplicação do operador de negação a uma sentença. Em semântica e pragmática formal, estudar a negação é também interessante por destacar sua interação com outros operadores como quantificadores e modalizadores. Neste artigo, analisaremos a negação em Wapichana, uma língua indígena brasileira, da família Arawak, falada em Roraima, na Venezuela e na Guiana, tomando como aporte teórico a Semântica Formal. Dividimos este artigo do seguinte modo: na primeira seção, faremos uma tipologia mínima sobre a negação nas línguas naturais; na sequência, caracterizaremos a língua Wapichana entre as línguas naturais, discutindo questões relacionadas à sua tipologia. Na seção 3, passaremos à discussão sobre a negação nessa língua, abordando, nas subseções de 3.1 a 3.4, alguns de seus diferentes aspectos, quais sejam, a diferença entre as negações realizadas por “auna’a” e “auna’a naa”; a especificidade da forma “manaa” para a realização da negação no imperativo; o prefixo “may-“, como uma forma presa responsável pela negação de certos substantivos e adjetivos; e, por fim, uma discussão sobre a contribuição da forma “naa” no que chamamos de “negação pressuposicional”.