{"title":"DELIMITAÇÃO MOLECULAR EM CAMARÕES DO GÊNERO ATYA (CARIDEA: ATYIDAE)","authors":"M. Terossi, C. A. Oliveira, F. L. Mantelatto","doi":"10.21826/2178-7581x20180224","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Atualmente, o gênero Atya inclui 13 espécies reconhecidas, que estão distribuídas em rios e riachos das regiões tropicais e subtropicais da América (vertentes atlântica e pacífica) e oeste da África. O primeiro relato da espécie ocorreu no século XVII e, desde então, novas espécies foram descritas e descrições prévias revisadas, produzindo um histórico de instabilidade e reclassificações. Considerando que o uso de marcadores moleculares nunca foi empregado para a delimitação das espécies deste gênero, e que o uso de tal ferramenta, de forma complementar à morfologia, poderia melhorar o conhecimento sobre a sistemática do gênero, o objetivo do presente estudo foi avaliar por meio de dados moleculares as hipóteses taxonômicas das espécies A. gabonensis, A. innocous, A. margaritacea e A. scabra. Sequências dos genes mitocondriais 16S e Citocromo Oxidase I e gene nuclear Histona 3 foram geradas por meio de protocolos de extração, amplificação, purificação e sequenciamento de DNA a partir do tecido de espécimes obtidos por meio de empréstimos/doações de coleções zoológicas. Potenciais espécies evidenciadas pelas análises de similaridade nucleotídicas (distâncias genéticas), compartilhamento de caracteres em um contexto evolutivo (reconstruções filogenéticas), Automatic Barcode Gap Discovery, Poisson Tree Processes e Generalized Mixed Yule Coalescence foram confrontadas com as hipóteses taxonômicas específicas atuais. A presente avaliação sistemática com dados moleculares, adicionalmente às informações morfológicas existentes na literatura, sustentaram A. gabonensis como uma espécie de distribuição anfi-atlântica, mas não corroborou a hipótese de A. innocous como uma espécie trans-ístmica. Assim, é sugerido o uso do nome A. innocous para as populações do Mar do Caribe e A. tenella para aquelas restritas ao Pacífico. A espécie A. margaritacea, distribuída ao longo da costa pacífica da América, foi considerada uma espécie válida e distinta de A. scabra, amplamente distribuída na vertente atlântica da América do Sul, África e Mar do Caribe. Contudo, é discutida a possibilidade de uma espécie críptica restrita no Golfo do México. Portanto, após esta revalidação de A. tenella, sobe para 14 o número de espécies reconhecidas para o gênero Atya.","PeriodicalId":175754,"journal":{"name":"Livro de Resumos do X Congresso Brasileiro sobre Crustáceos","volume":"60 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2018-11-11","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Livro de Resumos do X Congresso Brasileiro sobre Crustáceos","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.21826/2178-7581x20180224","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
Atualmente, o gênero Atya inclui 13 espécies reconhecidas, que estão distribuídas em rios e riachos das regiões tropicais e subtropicais da América (vertentes atlântica e pacífica) e oeste da África. O primeiro relato da espécie ocorreu no século XVII e, desde então, novas espécies foram descritas e descrições prévias revisadas, produzindo um histórico de instabilidade e reclassificações. Considerando que o uso de marcadores moleculares nunca foi empregado para a delimitação das espécies deste gênero, e que o uso de tal ferramenta, de forma complementar à morfologia, poderia melhorar o conhecimento sobre a sistemática do gênero, o objetivo do presente estudo foi avaliar por meio de dados moleculares as hipóteses taxonômicas das espécies A. gabonensis, A. innocous, A. margaritacea e A. scabra. Sequências dos genes mitocondriais 16S e Citocromo Oxidase I e gene nuclear Histona 3 foram geradas por meio de protocolos de extração, amplificação, purificação e sequenciamento de DNA a partir do tecido de espécimes obtidos por meio de empréstimos/doações de coleções zoológicas. Potenciais espécies evidenciadas pelas análises de similaridade nucleotídicas (distâncias genéticas), compartilhamento de caracteres em um contexto evolutivo (reconstruções filogenéticas), Automatic Barcode Gap Discovery, Poisson Tree Processes e Generalized Mixed Yule Coalescence foram confrontadas com as hipóteses taxonômicas específicas atuais. A presente avaliação sistemática com dados moleculares, adicionalmente às informações morfológicas existentes na literatura, sustentaram A. gabonensis como uma espécie de distribuição anfi-atlântica, mas não corroborou a hipótese de A. innocous como uma espécie trans-ístmica. Assim, é sugerido o uso do nome A. innocous para as populações do Mar do Caribe e A. tenella para aquelas restritas ao Pacífico. A espécie A. margaritacea, distribuída ao longo da costa pacífica da América, foi considerada uma espécie válida e distinta de A. scabra, amplamente distribuída na vertente atlântica da América do Sul, África e Mar do Caribe. Contudo, é discutida a possibilidade de uma espécie críptica restrita no Golfo do México. Portanto, após esta revalidação de A. tenella, sobe para 14 o número de espécies reconhecidas para o gênero Atya.