Do sofrimento indigno à dignidade do sujeito dos direitos humanos

Sergio De Souza Salles, Maurício Pires Guedes, Claudia Maria Ferreira de Souza
{"title":"Do sofrimento indigno à dignidade do sujeito dos direitos humanos","authors":"Sergio De Souza Salles, Maurício Pires Guedes, Claudia Maria Ferreira de Souza","doi":"10.5016/ridh.v11i1.227","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Resumo: Há vigorosas críticas acadêmicas acerca do surgimento dos direitos humanos como padrão ético e jurídico universal, a partir do qual se deve avaliar a violência injusta, o sofrimento indigno e as vulnerabilidades históricas dos seres humanos. Com esse olhar crítico, Dembour (2006), Hastrup (2003) e Adorno (1998) defendem que as concepções de justiça baseadas na representação ética e jurídica dos direitos humanos deturpam e instrumentalizam nossas experiências de sofrimento, vulnerabilidade e violência. No entanto, tanto os críticos quanto os defensores da dignidade humana como conteúdo substantivo dos direitos humanos concordam em suas indignações teóricas e práticas diante da persistência histórica de sofrimentos injustos. Isso não implica, contudo, que existam convergências entre esses autores quanto à própria noção do que seja “sofrimento injusto” ou “sofrimento indigno”. O objetivo do presente estudo é evidenciar as intuições e convicções compartilhadas entre Habermas (2012) e Ricoeur (1991; 2019) na defesa da dignidade humana. A primeira delas diz respeito à função reveladora que os sofrimentos históricos desempenham em prol de nossas intuições éticas, morais e jurídicas, acerca do que é, mas não deveria ser. A segunda consiste em interpretar a dignidade da pessoa humana como um conteúdo ético e moral substantivo para os direitos humanos.\n \nDel sufrimiento indigno a la dignidad del sujeto de derechos humanos\nResumen: Existe una vigorosa crítica académica a la aparición de los derechos humanos como norma ética y jurídica universal con respecto a la cual evaluar la violencia injusta, el sufrimiento indigno y las vulnerabilidades históricas de los seres humanos. Con esta mirada crítica, Dembour (2006), Hastrup (2003) y Adorno (1998) sostienen que las concepciones de la justicia basadas en la representación ética y jurídica de los derechos humanos tergiversan e instrumentalizan nuestras experiencias de sufrimiento, vulnerabilidad y violencia. No obstante, tanto los críticos como los defensores de la dignidad humana como contenido sustantivo de los derechos humanos coinciden en su indignación teórica y práctica ante la persistencia histórica del sufrimiento injusto. Ello no implica, sin embargo, que exista convergencia entre estos autores sobre la noción misma de lo que es “sufrimiento injusto” o “sufrimiento indigno”. El objetivo del presente estudio es poner de relieve las intuiciones y convicciones compartidas entre Habermas (2012) y Ricoeur (1991; 2019) en la defensa de la dignidad humana. La primera de ellas se refiere a la función reveladora que los sufrimientos históricos desempeñan en aras de nuestras intuiciones éticas, morales y jurídicas sobre lo que es, pero no debería ser. La segunda consiste en interpretar la dignidad de la persona humana como un contenido ético y moral sustantivo para los derechos humanos.\nPalabras clave: Sufrimiento indigno. Dignidad de la persona humana. Derechos humanos.\n \nFrom unworthy suffering to the dignity of the human rights subject\nAbstract: There is vigorous scholarly criticism of the emergence of human rights as a universal ethical and legal standard against which to assess unjust violence, unworthy suffering, and the historical vulnerabilities of human beings. With this critical eye, Dembour (2006), Hastrup (2003), and Adorno (1998) argue that conceptions of justice based on the ethical and legal representation of human rights misrepresent and instrumentalize our experiences of suffering, vulnerability, and violence. Nevertheless, both critics and advocates of human dignity as the substantive content of human rights agree in their theoretical and practical outrage at the historical persistence of unjust suffering. This does not imply, however, that there is convergence among these authors on the very notion of what is “unjust suffering” or “unworthy suffering”. The aim of the present study is to highlight the intuitions and convictions shared between Habermas (2012) and Ricoeur (1991; 2019) in the defense of human dignity. The first of these concerns the revelatory function that historical sufferings play for the sake of our ethical, moral, and legal intuitions about what is, but should not be. The second consists in interpreting the dignity of the human person as a substantive ethical and moral content for human rights.\nKeywords: Undignified suffering. Dignity of the human person. 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Abstract

Resumo: Há vigorosas críticas acadêmicas acerca do surgimento dos direitos humanos como padrão ético e jurídico universal, a partir do qual se deve avaliar a violência injusta, o sofrimento indigno e as vulnerabilidades históricas dos seres humanos. Com esse olhar crítico, Dembour (2006), Hastrup (2003) e Adorno (1998) defendem que as concepções de justiça baseadas na representação ética e jurídica dos direitos humanos deturpam e instrumentalizam nossas experiências de sofrimento, vulnerabilidade e violência. No entanto, tanto os críticos quanto os defensores da dignidade humana como conteúdo substantivo dos direitos humanos concordam em suas indignações teóricas e práticas diante da persistência histórica de sofrimentos injustos. Isso não implica, contudo, que existam convergências entre esses autores quanto à própria noção do que seja “sofrimento injusto” ou “sofrimento indigno”. O objetivo do presente estudo é evidenciar as intuições e convicções compartilhadas entre Habermas (2012) e Ricoeur (1991; 2019) na defesa da dignidade humana. A primeira delas diz respeito à função reveladora que os sofrimentos históricos desempenham em prol de nossas intuições éticas, morais e jurídicas, acerca do que é, mas não deveria ser. A segunda consiste em interpretar a dignidade da pessoa humana como um conteúdo ético e moral substantivo para os direitos humanos.   Del sufrimiento indigno a la dignidad del sujeto de derechos humanos Resumen: Existe una vigorosa crítica académica a la aparición de los derechos humanos como norma ética y jurídica universal con respecto a la cual evaluar la violencia injusta, el sufrimiento indigno y las vulnerabilidades históricas de los seres humanos. Con esta mirada crítica, Dembour (2006), Hastrup (2003) y Adorno (1998) sostienen que las concepciones de la justicia basadas en la representación ética y jurídica de los derechos humanos tergiversan e instrumentalizan nuestras experiencias de sufrimiento, vulnerabilidad y violencia. No obstante, tanto los críticos como los defensores de la dignidad humana como contenido sustantivo de los derechos humanos coinciden en su indignación teórica y práctica ante la persistencia histórica del sufrimiento injusto. Ello no implica, sin embargo, que exista convergencia entre estos autores sobre la noción misma de lo que es “sufrimiento injusto” o “sufrimiento indigno”. El objetivo del presente estudio es poner de relieve las intuiciones y convicciones compartidas entre Habermas (2012) y Ricoeur (1991; 2019) en la defensa de la dignidad humana. La primera de ellas se refiere a la función reveladora que los sufrimientos históricos desempeñan en aras de nuestras intuiciones éticas, morales y jurídicas sobre lo que es, pero no debería ser. La segunda consiste en interpretar la dignidad de la persona humana como un contenido ético y moral sustantivo para los derechos humanos. Palabras clave: Sufrimiento indigno. Dignidad de la persona humana. Derechos humanos.   From unworthy suffering to the dignity of the human rights subject Abstract: There is vigorous scholarly criticism of the emergence of human rights as a universal ethical and legal standard against which to assess unjust violence, unworthy suffering, and the historical vulnerabilities of human beings. With this critical eye, Dembour (2006), Hastrup (2003), and Adorno (1998) argue that conceptions of justice based on the ethical and legal representation of human rights misrepresent and instrumentalize our experiences of suffering, vulnerability, and violence. Nevertheless, both critics and advocates of human dignity as the substantive content of human rights agree in their theoretical and practical outrage at the historical persistence of unjust suffering. This does not imply, however, that there is convergence among these authors on the very notion of what is “unjust suffering” or “unworthy suffering”. The aim of the present study is to highlight the intuitions and convictions shared between Habermas (2012) and Ricoeur (1991; 2019) in the defense of human dignity. The first of these concerns the revelatory function that historical sufferings play for the sake of our ethical, moral, and legal intuitions about what is, but should not be. The second consists in interpreting the dignity of the human person as a substantive ethical and moral content for human rights. Keywords: Undignified suffering. Dignity of the human person. Human rights.
从不值得的痛苦到人权主体的尊严
文摘:学术界对人权作为一种普遍的伦理和法律标准的出现提出了强烈的批评,人们应该以此来评估人类的不公正暴力、不值得的痛苦和历史脆弱性。Dembour(2006)、Hastrup(2003)和Adorno(1998)认为,基于人权的伦理和法律表征的正义概念歪曲和利用了我们的痛苦、脆弱和暴力经历。然而,作为人权实质内容的人的尊严的批评者和捍卫者都同意他们对历史上持续存在的不公正苦难的理论和实践愤慨。然而,这并不意味着这些作者对什么是“不公正的痛苦”或“不值得的痛苦”的概念有共同之处。本研究的目的是强调哈贝马斯(2012)和利科(1991)之间的共同直觉和信念2019年)捍卫人类尊严。第一个问题涉及历史苦难对我们的伦理、道德和法律直觉的揭示作用,即它是什么,但不应该是什么。二是将人的尊严解释为人权的实质性伦理和道德内容。德尔sufrimiento难看la dignidad戴尔的时尚humanosResumen:存在一个强烈批评学术la aparición洛:人类道德标准呈现出普遍尊重的法律啦iclei evaluar暴力不公平,艾丽sufrimiento y没有漏洞的人类历史。Dembour(2006)、Hastrup(2003)和Adorno(1998)用这种批判的眼光认为,基于人权的伦理和法律表征的正义概念歪曲和利用了我们的痛苦、脆弱和暴力经历。然而,作为人权实质内容的人的尊严的批评者和捍卫者在理论上和实践上都对历史上持续存在的不公正苦难感到愤慨。然而,这并不意味着这些作者对什么是“不公正的痛苦”或“不值得的痛苦”的概念有任何共识。本研究的目的是强调哈贝马斯(2012)和利科(1991;2019年)捍卫人类尊严。第一个问题涉及历史苦难对我们的伦理、道德和法律直觉的揭示作用,这些直觉是什么,但不应该是什么。第二是将人的尊严解释为人权的实质性伦理和道德内容。关键词:不值得的痛苦。人的尊严。:人类。从无价值的痛苦到人权主体的尊严:对人权作为一种普遍的道德和法律标准的出现,对不公正的暴力、无价值的痛苦和人类历史上的脆弱性进行了严厉的学术批评。Dembour(2006年)、Hastrup(2003年)和Adorno(1998年)以此批判的眼光认为,基于人权的道德和法律代表的正义概念歪曲和利用了我们遭受痛苦、脆弱和暴力的经历。然而,作为人权实质内容的人的尊严的批评者和倡导者在理论上和实际上都同意对历史上持续存在的不公正痛苦的蔑视。然而,这并不意味着这些作者在什么是“不公正的痛苦”或“不值得的痛苦”的概念上是一致的。本研究的目的是强调哈贝马斯(2012)和利科(1991;他的父亲是一名律师,母亲是一名律师。这些担忧revelatory函数的第一个历史sufferings播放的酒的伦理、道德和法律intuitions目录》,但不应该是什么。第二种是将人的尊严解释为人权的实质性伦理和道德内容。关键词:不体面的痛苦。人类的尊严。人权。
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