{"title":"A arte sacra de Cláudio Pastro na Basílica Nacional de Aparecida: um olhar contemporâneo sobre as imagens do Medievo","authors":"R. Gomes","doi":"10.20396/eha.v0i14.3443","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Tendo passado quase um século desde a promoção do seu último concílio, a Igreja Católica, em meados do século XX, sentiu a necessidade de convocar novamente suas autoridades eclesiásticas para um novo sínodo, em busca de adaptar-se às condições dos novos tempos, a uma sociedade em constante transformação e às mudanças que passaram a ocorrer dentro do seio da própria religião. No entanto, se durante o Concílio Ecumêncio Vaticano I (1869-1970), o foco era o debate acerca dos dogmas sobre o primado do Papa e da infalibilidade papal, o assunto principal, durante o Concílio Ecumêncio Vaticano II (1962-1965), era a modernização da Igreja que incluía, entre os diversos pontos apresentados, a necessidade de uma profunda reforma litúrgica. Tal questão tornou-se uma das principais pautas do Concílio devido a uma série de discussões internas à Igreja sobre arte, teologia e liturgia, que passaram a ocorrer no início do século XX, trazendo à tona uma disseminação de iniciativas conhecida como Movimento Litúrgico, que buscava recuperar a importância do culto da Igreja cristã dos primeiros séculos, tomada pelo protagonismo das devoções particulares. Pois se a religião cristã, que baseava-se fundamentalmente na celebração do culto eucarístico e na participação dos fiéis nele durante os primórdios do cristianismo, com o decorrer do tempo passou a relacionar-se mais efetivamente com as práticas de devoções privadas2 as quais trariam, por consequência, uma alteração significativa na relação dos fiéis com as imagens, principalmente a partir do século XIII, dado o surgimento das novas ordens mendicantes, de modo especial os dominicanos e franciscanos, que buscavam a conversão dos leigos através do uso as imagens devocionais","PeriodicalId":305074,"journal":{"name":"Atas do 14º...","volume":"45 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2019-12-30","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Atas do 14º...","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.20396/eha.v0i14.3443","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
Tendo passado quase um século desde a promoção do seu último concílio, a Igreja Católica, em meados do século XX, sentiu a necessidade de convocar novamente suas autoridades eclesiásticas para um novo sínodo, em busca de adaptar-se às condições dos novos tempos, a uma sociedade em constante transformação e às mudanças que passaram a ocorrer dentro do seio da própria religião. No entanto, se durante o Concílio Ecumêncio Vaticano I (1869-1970), o foco era o debate acerca dos dogmas sobre o primado do Papa e da infalibilidade papal, o assunto principal, durante o Concílio Ecumêncio Vaticano II (1962-1965), era a modernização da Igreja que incluía, entre os diversos pontos apresentados, a necessidade de uma profunda reforma litúrgica. Tal questão tornou-se uma das principais pautas do Concílio devido a uma série de discussões internas à Igreja sobre arte, teologia e liturgia, que passaram a ocorrer no início do século XX, trazendo à tona uma disseminação de iniciativas conhecida como Movimento Litúrgico, que buscava recuperar a importância do culto da Igreja cristã dos primeiros séculos, tomada pelo protagonismo das devoções particulares. Pois se a religião cristã, que baseava-se fundamentalmente na celebração do culto eucarístico e na participação dos fiéis nele durante os primórdios do cristianismo, com o decorrer do tempo passou a relacionar-se mais efetivamente com as práticas de devoções privadas2 as quais trariam, por consequência, uma alteração significativa na relação dos fiéis com as imagens, principalmente a partir do século XIII, dado o surgimento das novas ordens mendicantes, de modo especial os dominicanos e franciscanos, que buscavam a conversão dos leigos através do uso as imagens devocionais