Relatório Bimestral de Transparência Fiscal do Maranhão: Ano 2022. v. 13 nº1. MATRIOSHKAS

João Carlos Souza Marques, Gianna Beatriz Cantanhede Rocha de Lima, M. Santos, Gustavo Moreno Alves Ribeiro, Dionatan Silva Carvalho, Domingos José Carneiro Neto, Laizy da Silva Galvão
{"title":"Relatório Bimestral de Transparência Fiscal do Maranhão: Ano 2022. v. 13 nº1. MATRIOSHKAS","authors":"João Carlos Souza Marques, Gianna Beatriz Cantanhede Rocha de Lima, M. Santos, Gustavo Moreno Alves Ribeiro, Dionatan Silva Carvalho, Domingos José Carneiro Neto, Laizy da Silva Galvão","doi":"10.47592/2bi202213","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Assim como uma boneca russa, o Relatório Bimestral de\nTransparência Fiscal perfaz múltiplas camadas, discorrendo\nsobre o cenário internacional, nacional e estadual e\ncentralizando, posteriormente, no seu âmago, a temática\nacerca das finanças públicas e do panorama fiscal. E, o\nchoque da invasão da Rússia na Ucrânia, também influencia\nesses múltiplos estratos, tornando-se o principal vetor para as\noscilações na conjuntura econômica nacional e maranhense.\nApós a pandemia da COVID-19, o cenário de recuperação\neconômica esperado trazia perspectivas positivas para\nestabilizar as distorções no comércio global. Contudo, no\nfinal de fevereiro, a Rússia invadiu a Ucrânia e deu início à\nmais um episódio turbulento e dramático para o mundo.\nCom a causa do conflito não reconhecida pela Organização\ndas Nações Unidas – ONU, foram estabelecidos boicotes aos\nprodutos Russos, bem como, retirada do sistema financeiro\ne outras medidas drásticas para desestabilizar a Rússia\neconomicamente. Sem eficácia até o momento, uma vez\nque a China e outros parceiros comerciais mantiveram suas\nrelações, os russos continuaram pressionando os ucranianos.\nÉ sabido que a Rússia detém mais de 10% da produção\nmundial de petróleo, petróleo crude, carvão, fertilizantes,\nde trigo e de gás de petróleo e a Ucrânia cerca de 25% da\nprodução de trigo e quase 15% da produção de milho. Isso faz\ncom que ambos os países sejam extremamente relevantes\nno comércio mundial e que o conflito afete todas essas\nmercadorias, reduzindo a oferta mundial. Diante da demanda\ncrescente, esse fenômeno resultou em crescimento dos\npreços, consequentemente, inflação, fome e pobreza.\nA instabilidade dos mercados mudou os fluxos de\ncomércio e de capital ao redor do mundo, exigindo elevações\ndas taxas de juros para os países de maior risco manterem\nos investidores estrangeiros. No Brasil não foi diferente,\nenfrentando um cenário adverso com crescimento da\ninflação, o câmbio desregulado poderia ser uma ameaça\nainda maior, desta forma, elevou-se os juros, contudo, sem\nefeito na inflação, uma vez que foi baseada na estrutura de\noferta e não de demanda.\nAssim o Brasil puxou o freio de sua economia, crescendo\nmenos, com altas taxas de juros – reduzindo o investimento em\nformação de capital fixo e o investimento público ao aumentar\nos pagamentos de juros de títulos da dívida. Soma-se a isso,\no crescimento desenfreado da inflação proporcionada pela\ndependência de combustíveis internacionais, de fertilizantes\ne de alguns produtos importados que subiram de preço\ne desencadearam impactos em toda a cadeia logística e\nprodutiva do país.\nNesse diapasão, enfrentar a alta dos preços do petróleo\ntornou-se uma meta para o Governo Federal que vem\npressionando os Estados, alegando que a culpa dos preços\nelevados advém da tributação do Imposto sobre Circulação\nde Mercadorias e Serviços – ICMS. Dito isso, o governo\ncentral decidiu discutir medidas de redução tributária, leiase redução do Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI\norientado pela Medida Provisória (MP) 1.118/2022, mudanças\nno regramento sobre a incidência tributária de combustíveis,\nesta última institucionalizado pela Lei Complementar nº 192\nde 2022 e do ICMS – com medidas ainda em discussão.\nO problema dessas medidas não consiste no alvo de\nataque – preços do petróleo, mas sim, no impacto que isso\ntraz para o orçamento e a execução dos recursos públicos\ndas Unidades Subnacionais. A redução do IPI, do ICMS e dos\npreços – que ficaram na média dos útimos 60 meses para o\ndiesel, significa perda de receita potencial para os Estados e\nMunicípios. Um estudo do COMSEFAZ já estima perda de R$\n18,4 bilhões somente para a mudança de alíquota do IPI. Já a\nmudança de regras do ICMS deverá ter impactos acima dos\nR$ 60 bilhões para os Estados.\nÉ nesse cenário de riscos que se deve analisar a economia\nMaranhense. A receita embora esteja crescendo em patamar\nsubstancial (20,59%) as despesas superam registrando 25%.\nIsso se dá porque, a inflação e o efeito preço, ao passo que\nmelhoram as receitas de ICMS, também possuem forte\nimpacto nas despesas públicas, primeiramente na Despesa\nde Pessoal, que cresceu 12,69%, devido às pressões de\nreajustes salariais devido a inflação e ao congelamento\nde 2021; a inflação alta também pressiona por reajustes\ncontratuais e os custos operacionais – da máquina pública,\ndos investimentos e do custeio como um todo, assim, as\ndespesas correntes cresceram 18%. Nas despesas de capital\n(+62,24%), o crescimento é puxado pelos fortes investimentos\ndo Estado (+70,8%) e, também, pelo impacto do câmbio na\namortização da dívida pública (+25%).\nNesse cenário fiscal maranhense, deve-se manter\nprudência dos gastos e cuidado com as flutuações\ninternacionais, e, sobretudo, dos regramentos fiscais\nimpostos pelo Governo Federal e que poderão mudar\nas regras do jogo rapidamente, reconduzindo as contas\npúblicas do Estado para um patamar insustentável no longo\nprazo. Ainda no que tange aos riscos, é preciso monitorar a\nsituação da Rússia, pois enquanto todas as camadas dessa\nMatrioshka não se relevarem, o nível de incerteza permanece\ne a continuidade e intensidade desse conflito ao longo\nde 2022 é o que definirá o rumo da recuperação mundial\ne as estratégias macroeconômicas, fiscais e do mercado\ninternacional.","PeriodicalId":174772,"journal":{"name":"Relatório Bimestral de Transparências Fiscal do Maranhão","volume":"10 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"1900-01-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Relatório Bimestral de Transparências Fiscal do Maranhão","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.47592/2bi202213","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract

Assim como uma boneca russa, o Relatório Bimestral de Transparência Fiscal perfaz múltiplas camadas, discorrendo sobre o cenário internacional, nacional e estadual e centralizando, posteriormente, no seu âmago, a temática acerca das finanças públicas e do panorama fiscal. E, o choque da invasão da Rússia na Ucrânia, também influencia esses múltiplos estratos, tornando-se o principal vetor para as oscilações na conjuntura econômica nacional e maranhense. Após a pandemia da COVID-19, o cenário de recuperação econômica esperado trazia perspectivas positivas para estabilizar as distorções no comércio global. Contudo, no final de fevereiro, a Rússia invadiu a Ucrânia e deu início à mais um episódio turbulento e dramático para o mundo. Com a causa do conflito não reconhecida pela Organização das Nações Unidas – ONU, foram estabelecidos boicotes aos produtos Russos, bem como, retirada do sistema financeiro e outras medidas drásticas para desestabilizar a Rússia economicamente. Sem eficácia até o momento, uma vez que a China e outros parceiros comerciais mantiveram suas relações, os russos continuaram pressionando os ucranianos. É sabido que a Rússia detém mais de 10% da produção mundial de petróleo, petróleo crude, carvão, fertilizantes, de trigo e de gás de petróleo e a Ucrânia cerca de 25% da produção de trigo e quase 15% da produção de milho. Isso faz com que ambos os países sejam extremamente relevantes no comércio mundial e que o conflito afete todas essas mercadorias, reduzindo a oferta mundial. Diante da demanda crescente, esse fenômeno resultou em crescimento dos preços, consequentemente, inflação, fome e pobreza. A instabilidade dos mercados mudou os fluxos de comércio e de capital ao redor do mundo, exigindo elevações das taxas de juros para os países de maior risco manterem os investidores estrangeiros. No Brasil não foi diferente, enfrentando um cenário adverso com crescimento da inflação, o câmbio desregulado poderia ser uma ameaça ainda maior, desta forma, elevou-se os juros, contudo, sem efeito na inflação, uma vez que foi baseada na estrutura de oferta e não de demanda. Assim o Brasil puxou o freio de sua economia, crescendo menos, com altas taxas de juros – reduzindo o investimento em formação de capital fixo e o investimento público ao aumentar os pagamentos de juros de títulos da dívida. Soma-se a isso, o crescimento desenfreado da inflação proporcionada pela dependência de combustíveis internacionais, de fertilizantes e de alguns produtos importados que subiram de preço e desencadearam impactos em toda a cadeia logística e produtiva do país. Nesse diapasão, enfrentar a alta dos preços do petróleo tornou-se uma meta para o Governo Federal que vem pressionando os Estados, alegando que a culpa dos preços elevados advém da tributação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços – ICMS. Dito isso, o governo central decidiu discutir medidas de redução tributária, leiase redução do Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI orientado pela Medida Provisória (MP) 1.118/2022, mudanças no regramento sobre a incidência tributária de combustíveis, esta última institucionalizado pela Lei Complementar nº 192 de 2022 e do ICMS – com medidas ainda em discussão. O problema dessas medidas não consiste no alvo de ataque – preços do petróleo, mas sim, no impacto que isso traz para o orçamento e a execução dos recursos públicos das Unidades Subnacionais. A redução do IPI, do ICMS e dos preços – que ficaram na média dos útimos 60 meses para o diesel, significa perda de receita potencial para os Estados e Municípios. Um estudo do COMSEFAZ já estima perda de R$ 18,4 bilhões somente para a mudança de alíquota do IPI. Já a mudança de regras do ICMS deverá ter impactos acima dos R$ 60 bilhões para os Estados. É nesse cenário de riscos que se deve analisar a economia Maranhense. A receita embora esteja crescendo em patamar substancial (20,59%) as despesas superam registrando 25%. Isso se dá porque, a inflação e o efeito preço, ao passo que melhoram as receitas de ICMS, também possuem forte impacto nas despesas públicas, primeiramente na Despesa de Pessoal, que cresceu 12,69%, devido às pressões de reajustes salariais devido a inflação e ao congelamento de 2021; a inflação alta também pressiona por reajustes contratuais e os custos operacionais – da máquina pública, dos investimentos e do custeio como um todo, assim, as despesas correntes cresceram 18%. Nas despesas de capital (+62,24%), o crescimento é puxado pelos fortes investimentos do Estado (+70,8%) e, também, pelo impacto do câmbio na amortização da dívida pública (+25%). Nesse cenário fiscal maranhense, deve-se manter prudência dos gastos e cuidado com as flutuações internacionais, e, sobretudo, dos regramentos fiscais impostos pelo Governo Federal e que poderão mudar as regras do jogo rapidamente, reconduzindo as contas públicas do Estado para um patamar insustentável no longo prazo. Ainda no que tange aos riscos, é preciso monitorar a situação da Rússia, pois enquanto todas as camadas dessa Matrioshka não se relevarem, o nível de incerteza permanece e a continuidade e intensidade desse conflito ao longo de 2022 é o que definirá o rumo da recuperação mundial e as estratégias macroeconômicas, fiscais e do mercado internacional.
maranhao财政透明度双月报告:2022年。第13条第1款。MATRIOSHKAS
就像一个俄罗斯娃娃,双月刊的财政透明度报告是多层次的,不涉及国际、国家和国家的情况,然后集中讨论公共财政和财政前景。俄罗斯入侵乌克兰的冲击也影响了这些多层,成为国家和maranhao经济形势波动的主要载体。在COVID-19大流行之后,预期的经济复苏情景为稳定全球贸易扭曲提供了积极的前景。然而,在2月,俄罗斯入侵乌克兰,有部分àmais一段动荡不安和精神上mundo.Com冲突的原因不认可为联合国—联合国建立了联合抵制俄罗斯产品,从系统financeiroe其他措施不足以在Rússiaeconomicamente绚烂。到目前为止,由于中国和其他贸易伙伴保持了关系,俄罗斯一直在向乌克兰施压。众所周知,俄罗斯的石油、原油、煤炭、化肥、小麦和石油气产量占世界总产量的10%以上,乌克兰的小麦产量约占25%,玉米产量近15%。这使得这两个国家在世界贸易中都非常重要,冲突影响了所有这些商品,减少了世界供应。面对日益增长的需求,这一现象导致价格上涨,从而导致通货膨胀、饥饿和贫困。市场的不稳定改变了世界各地的贸易和资本流动,要求风险最大的国家提高利率。在巴西也不例外,面对通货膨胀增长的不利情况,放松管制的汇率可能是一个更大的威胁,因此利率上升,但对通货膨胀没有影响,因为它是基于供应而不是需求结构。因此,巴西在高利率的情况下降低了经济增长——通过增加债务证券的利息支付,减少了固定资本形成投资和公共投资。此外,由于对国际燃料、化肥和一些进口产品的依赖,通货膨胀猖獗,这些产品的价格上涨,对该国的整个物流和生产链产生了影响。与此同时,面对高油价已成为联邦政府的目标,联邦政府向各州施压,声称价格上涨的罪魁祸首是对商品和服务的流通征税——ICMS。说,中央政府决定leiase共商减少税收,降低工业产品税—IPIorientado临时措施(MP) 1118/2022, mudançasno regramento燃料可以减少税收,最后一个制度化的法律补充(192 2022º的培训—措施仍在讨论。这些措施的问题不在于目标——油价,而在于它对预算和地方单位公共资源执行的影响。在过去60个月里,柴油的IPI、ICMS和价格都保持在平均水平,这意味着各州和城市的潜在收入损失。COMSEFAZ的一项研究估计,仅IPI税率的变化就造成184亿雷亚尔的损失。ICMS规则的改变预计将对各州产生超过600亿雷亚尔的影响。正是在这种风险情景下,我们应该分析摩洛哥的经济。虽然收入大幅增长(20.59%),但支出超过了25%。这是因为,通胀和价格效应在提高ICMS收入的同时,也对公共支出产生了强烈影响,主要是人员支出,由于通胀和2021年冻结造成的工资调整压力,人员支出增长了12.69%;高通胀也给合同调整和运营成本——公共机器、投资和整体成本——带来了压力,经常支出增长了18%。在资本支出方面(+ 62.24%),增长是由强劲的国家投资(+ 70.8%)和汇率对公共债务摊销的影响(+25%)推动的。在maranhao的这种财政情况下,有必要保持谨慎的支出和国际波动,特别是联邦政府实施的税收规定,这些规定可能会迅速改变游戏规则,使州的公共账户在长期内处于不可持续的水平。
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