{"title":"Olhar um autorretrato: as armadilhas visuais presentes em duas fotografias de Geraldo de Barros","authors":"M. V. D. Paula","doi":"10.20396/eha.vi14.3400","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Em “Olhar um autorretrato”, o estudioso francês Philippe Lejeune discorre sobre os desafios enfrentados por historiadores da arte nos processos de catalogação de determinadas pinturas como retratos ou autorretratos de artistas. De acordo com o autor, certos elementos presentes em obras pictóricas geram no público – leigo ou especializado – o que ele denomina “efeito autorretrato”. A representação de um sujeito segurando um pincel com uma das mãos e olhando diretamente para o ponto onde se localiza o espectador, por exemplo, seria uma combinação de fatores que resultam no efeito em questão.2 A partir dessa noção proposta por Lejeune, este texto pretende analisar os motivos que fizeram duas fotografias de Geraldo de Barros serem incorretamente identificadas como autorretratos do artista. A primeira está representada pela Figura 1, e a segunda corresponde à fotografia na qual Barros aparece refletido na obra Você faz parte I (1965), de Nelson Leirner (Figura 4). Nessas imagens, considera-se que Geraldo de Barros deliberadamente buscou desafiar a capacidade perceptiva do espectador ao conceber fotografias compostas por determinados elementos visuais que resultaram em tal “efeito autorretrato”.","PeriodicalId":305074,"journal":{"name":"Atas do 14º...","volume":"20 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2019-12-30","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Atas do 14º...","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.20396/eha.vi14.3400","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
Em “Olhar um autorretrato”, o estudioso francês Philippe Lejeune discorre sobre os desafios enfrentados por historiadores da arte nos processos de catalogação de determinadas pinturas como retratos ou autorretratos de artistas. De acordo com o autor, certos elementos presentes em obras pictóricas geram no público – leigo ou especializado – o que ele denomina “efeito autorretrato”. A representação de um sujeito segurando um pincel com uma das mãos e olhando diretamente para o ponto onde se localiza o espectador, por exemplo, seria uma combinação de fatores que resultam no efeito em questão.2 A partir dessa noção proposta por Lejeune, este texto pretende analisar os motivos que fizeram duas fotografias de Geraldo de Barros serem incorretamente identificadas como autorretratos do artista. A primeira está representada pela Figura 1, e a segunda corresponde à fotografia na qual Barros aparece refletido na obra Você faz parte I (1965), de Nelson Leirner (Figura 4). Nessas imagens, considera-se que Geraldo de Barros deliberadamente buscou desafiar a capacidade perceptiva do espectador ao conceber fotografias compostas por determinados elementos visuais que resultaram em tal “efeito autorretrato”.