{"title":"GRAFISMOS DAS ÁGUAS: A ARTE DAS ESTEARIAS DO MARANHÃO","authors":"Alexandre Guida Navarro","doi":"10.15210/tes.v10i1.21689","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Tradicionalmente a arte ameríndia foi interpretada como uma linguagem e comunicação visual, um símbolo cognitivo da mente humana. A partir do ano 2000, novas formas de significar a arte foram construídas a partir da chamada virada ontológica. Assim, a arte começou a ser associada de maneira mais intrínseca às humanidades e à filosofia, como o perspectivismo ameríndio. A noção de arte hoje predominante na Antropologia é a que vê nela a evidência de cosmologias de diferentes mundos, habitados por diferentes seres, humanos e não-humanos. Nesse trabalho explora-se a arte abstrata das estearias da Baixada Maranhense. A paisagem aquática pode ter contribuído para a construção de cosmologias em que animais circundantes tiveram uma agência social, como a anaconda. Os artefatos recuperados em campanhas arqueológicas evidenciam uma arte abstrata inédita nas terras baixas da América do Sul, em que se destaca a cor preta nos padrões decorativos. A partir da analogia etnográfica, sugere-se que esses objetos dão ênfase à pele da anaconda, um animal mítico ancestral. ","PeriodicalId":382766,"journal":{"name":"Tessituras: Revista de Antropologia e Arqueologia","volume":"93 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2022-08-03","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Tessituras: Revista de Antropologia e Arqueologia","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.15210/tes.v10i1.21689","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
引用次数: 0
Abstract
Tradicionalmente a arte ameríndia foi interpretada como uma linguagem e comunicação visual, um símbolo cognitivo da mente humana. A partir do ano 2000, novas formas de significar a arte foram construídas a partir da chamada virada ontológica. Assim, a arte começou a ser associada de maneira mais intrínseca às humanidades e à filosofia, como o perspectivismo ameríndio. A noção de arte hoje predominante na Antropologia é a que vê nela a evidência de cosmologias de diferentes mundos, habitados por diferentes seres, humanos e não-humanos. Nesse trabalho explora-se a arte abstrata das estearias da Baixada Maranhense. A paisagem aquática pode ter contribuído para a construção de cosmologias em que animais circundantes tiveram uma agência social, como a anaconda. Os artefatos recuperados em campanhas arqueológicas evidenciam uma arte abstrata inédita nas terras baixas da América do Sul, em que se destaca a cor preta nos padrões decorativos. A partir da analogia etnográfica, sugere-se que esses objetos dão ênfase à pele da anaconda, um animal mítico ancestral.