{"title":"Sobre a “mundiça” e as “bichas cocotes”","authors":"Luís Felipe Rios, Luciana Leila Fontes Vieira","doi":"10.9771/peri.v1i18.49832","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Este artigo se trata da georreferenciação da sociabilidade de homens com práticas homossexuais na região metropolitana do Recife (RMR), fruto de etnografia produzida por meio de observações participantes, entrevistas e inquérito comportamental. Os lugares mais referidos são boates e bares e estão localizados no centro da capital pernambucana. A frequentação dos espaços apresenta marcações de idade, estado civil, religião, trabalho e classe social. Demos ênfase à classe social e tomamos como objeto as duas boates mais citadas: MKB e Metrópole. A primeira é descrita como suja e nojenta, frequentada por ‘promíscuos’, que curtem darkroom (quarto escuro para sexo), pela ‘mundiça’ (pobres) mal vestida e de precária higiene, por ‘pocs’ – ‘bichas’ pobres e efeminadas. A Metrópole como da elite, luxuosa e bem frequentada por ‘bichas cocotes’ (elegantes). O processo de estigmatização que confere sentido aos lugares tem a ver com os componentes de escolarização de classe social e se utiliza de marcadores de categorias estigmatizadas em dois outros sistemas – ‘poc’/efeminados/gênero e darkroom/promíscuos/sexualidade.","PeriodicalId":239476,"journal":{"name":"Revista Periódicus","volume":"94 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2023-01-16","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Revista Periódicus","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.9771/peri.v1i18.49832","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
引用次数: 0
Abstract
Este artigo se trata da georreferenciação da sociabilidade de homens com práticas homossexuais na região metropolitana do Recife (RMR), fruto de etnografia produzida por meio de observações participantes, entrevistas e inquérito comportamental. Os lugares mais referidos são boates e bares e estão localizados no centro da capital pernambucana. A frequentação dos espaços apresenta marcações de idade, estado civil, religião, trabalho e classe social. Demos ênfase à classe social e tomamos como objeto as duas boates mais citadas: MKB e Metrópole. A primeira é descrita como suja e nojenta, frequentada por ‘promíscuos’, que curtem darkroom (quarto escuro para sexo), pela ‘mundiça’ (pobres) mal vestida e de precária higiene, por ‘pocs’ – ‘bichas’ pobres e efeminadas. A Metrópole como da elite, luxuosa e bem frequentada por ‘bichas cocotes’ (elegantes). O processo de estigmatização que confere sentido aos lugares tem a ver com os componentes de escolarização de classe social e se utiliza de marcadores de categorias estigmatizadas em dois outros sistemas – ‘poc’/efeminados/gênero e darkroom/promíscuos/sexualidade.