{"title":"POLÍTICAS SOCIAIS EM TEMPOS DA COVID-19: UM BREVE ENSAIO SOBRE OS REBATIMENTOS DAS MEDIDAS SANITÁRIAS RESTRITIVAS NA ONCOLOGIA","authors":"Luciana Da Silva Alcantara","doi":"10.24119/artigoserpos.v1i2.42","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"O ensaio em tela é fruto da experiência profi ssional na chamada “linha de frente” da assistência direta prestada aos pacientes oncológicos e parte das refl exões sobre os rebatimentos das medidas sanitárias e institucionais restritivas no contexto pandêmico, que trouxe inegáveis impactos no circuito global. No hospital, mais precisamente o Hospital do Câncer I, unidade integrante do Instituto Nacional de Câncer, que é o campo empírico do estudo, a alteração na rotina de atendimento e na organização dos serviços repercutiu na criação de protocolos institucionais para a prevenção ao contágio.No que tange ao Serviço Social, uma importante alteração no fl uxo foi a impossibilidade de permanência de acompanhantes e visitantes no período da internação. A categoria profi ssional teve que administrar demandas relativas à ausência física do familiar/cuidador/acompanhante no espaço hospitalar, de modo que os contatos passaram a ocorrer através do teleatendimento. \nSobre as políticas sociais, usuários e profi ssionais de diversas frentes vivenciaram o impacto do fechamento dos postos de atendimento do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e os de cadastramento para a obtenção de passes livres, entre outros tantos serviços que sofreram drásticas alterações em seu Funcionamento.O deslocamento das famílias até a unidade de tratamento representou outro grande entrave, especialmente na fase inicial da doença no Brasil. No Rio de Janeiro, a redução da frota de ônibus por várias empresas e a consequente superlotação dos meios públicos de transporte, além da impossibilidade de agendamento do transporte do Programa Tratamento Fora de Domicílio (TFD), trouxeram incerteza e grandes impasses para a continuidade do tratamento oncológico. \nDesse modo, considerando que compreender o funcionamento e organização das políticas sociais e da intersetorialidade é essencial para a real apreensão dos desafi os enfrentados durante a pandemia (que não acabou!), é mais do que necessária uma leitura crítica da realidade atual e das suas respectivas infl exões nas relações sociais, especialmente num contexto de crise sanitária mundial.","PeriodicalId":374204,"journal":{"name":"Revista Eletrônica de Politicas Sociais e Sociedade","volume":"65 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2021-11-18","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Revista Eletrônica de Politicas Sociais e Sociedade","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.24119/artigoserpos.v1i2.42","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
引用次数: 0
Abstract
O ensaio em tela é fruto da experiência profi ssional na chamada “linha de frente” da assistência direta prestada aos pacientes oncológicos e parte das refl exões sobre os rebatimentos das medidas sanitárias e institucionais restritivas no contexto pandêmico, que trouxe inegáveis impactos no circuito global. No hospital, mais precisamente o Hospital do Câncer I, unidade integrante do Instituto Nacional de Câncer, que é o campo empírico do estudo, a alteração na rotina de atendimento e na organização dos serviços repercutiu na criação de protocolos institucionais para a prevenção ao contágio.No que tange ao Serviço Social, uma importante alteração no fl uxo foi a impossibilidade de permanência de acompanhantes e visitantes no período da internação. A categoria profi ssional teve que administrar demandas relativas à ausência física do familiar/cuidador/acompanhante no espaço hospitalar, de modo que os contatos passaram a ocorrer através do teleatendimento.
Sobre as políticas sociais, usuários e profi ssionais de diversas frentes vivenciaram o impacto do fechamento dos postos de atendimento do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e os de cadastramento para a obtenção de passes livres, entre outros tantos serviços que sofreram drásticas alterações em seu Funcionamento.O deslocamento das famílias até a unidade de tratamento representou outro grande entrave, especialmente na fase inicial da doença no Brasil. No Rio de Janeiro, a redução da frota de ônibus por várias empresas e a consequente superlotação dos meios públicos de transporte, além da impossibilidade de agendamento do transporte do Programa Tratamento Fora de Domicílio (TFD), trouxeram incerteza e grandes impasses para a continuidade do tratamento oncológico.
Desse modo, considerando que compreender o funcionamento e organização das políticas sociais e da intersetorialidade é essencial para a real apreensão dos desafi os enfrentados durante a pandemia (que não acabou!), é mais do que necessária uma leitura crítica da realidade atual e das suas respectivas infl exões nas relações sociais, especialmente num contexto de crise sanitária mundial.