{"title":"Sobre a negatividade do mundo e a questão do sofrimento em Adorno e Schopenhauer","authors":"G. Kugnharski","doi":"10.11606/issn.1517-0128.v42i1p51-63","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Este artigo se propõe a mostrar a centralidade que a questão do sofrimento adquire nas filosofias de Arthur Schopenhauer e Theodor Adorno. O ponto de partida é um recorte preciso na obra de ambos os autores visando a uma reconstrução breve da metafísica de Schopenhauer, com ênfase na concepção de Vontade, desenvolvida em O mundo como vontade e como representação, de 1818, e a uma apresentação dos conceitos principais que compõem a concepção de dialética negativa, exposta por Adorno na obra homônima de 1966. Por fim, defendo a tese de que, de um lado, Adorno se aproxima de Schopenhauer ao conceder uma centralidade à questão sofrimento e, mais especificamente, a um sofrimento corporal ou físico. Por outro lado, mostro que há elementos inconciliáveis entre as duas filosofias na medida em que a noção de dialética negativa pretende se afastar de toda forma de idealismo, e o sistema metafísico desenvolvido por Schopenhauer não teria sido capaz, na leitura de Adorno, de romper efetivamente com a filosofia idealista. ","PeriodicalId":175674,"journal":{"name":"Cadernos de Ética e Filosofia Política","volume":"115 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2023-07-25","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Cadernos de Ética e Filosofia Política","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.11606/issn.1517-0128.v42i1p51-63","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
Este artigo se propõe a mostrar a centralidade que a questão do sofrimento adquire nas filosofias de Arthur Schopenhauer e Theodor Adorno. O ponto de partida é um recorte preciso na obra de ambos os autores visando a uma reconstrução breve da metafísica de Schopenhauer, com ênfase na concepção de Vontade, desenvolvida em O mundo como vontade e como representação, de 1818, e a uma apresentação dos conceitos principais que compõem a concepção de dialética negativa, exposta por Adorno na obra homônima de 1966. Por fim, defendo a tese de que, de um lado, Adorno se aproxima de Schopenhauer ao conceder uma centralidade à questão sofrimento e, mais especificamente, a um sofrimento corporal ou físico. Por outro lado, mostro que há elementos inconciliáveis entre as duas filosofias na medida em que a noção de dialética negativa pretende se afastar de toda forma de idealismo, e o sistema metafísico desenvolvido por Schopenhauer não teria sido capaz, na leitura de Adorno, de romper efetivamente com a filosofia idealista.