Alzilane Bento Fernandes, G. França, Tyara Veriato Chaves
{"title":"Os sentidos de “maranhense” e “maranhensidade” no documento curricular do território maranhense: cultura, raça e educação","authors":"Alzilane Bento Fernandes, G. França, Tyara Veriato Chaves","doi":"10.25189/rabralin.v21i2.2078","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Esse trabalho se produz a partir de discursos em torno da implantação do Documento Curricular do Território Maranhense (DCTMA) instituído como currículo e referência para as escolas de educação básica maranhenses. Tomamos como referencial teórico metodológico a Análise do Discurso materialista (PÊCHEUX, [1983] 2012), em diálogo com uma perspectiva decolonial (MBEMBE, [2013] 2018; GONZALEZ, [1984] 2020; FRANÇA, 2018) e com o campo da Educação Crítica (FREIRE, [1975] 2005). Temos como objetivo analisar os discursos de/sobre \"maranhense\" e “maranhensidade” textualizados no Documento Curricular do Território Maranhense. A presença dos significantes “maranhense” e “maranhensidade” introduz a dimensão da cultura em um documento pretensamente do campo da educação. Do nosso ponto de vista, ao tomarmos o cultural como político, ou seja, como lugar em que as questões raciais se dissimulam (FRANÇA, 2018), nos perguntamos sobre a construção de um sujeito racializado e regionalizado. Assim, formulamos: Como funciona o discurso sobre “maranhense” e “maranhensidade” no DCTMA? O que essas designações materializam na língua e o que silenciam? Em diálogo com a Educação Crítica, que discute a educação bancária como reflexo da sociedade opressora que anula o poder interpretativo dos educandos impondo-lhes a passividade, problematizamos a dimensão da “cultura do silêncio” (FREIRE, [1975] 2005), tomando a prática teórica como um lugar possível de transformação, de produção de acontecimentos (PÊCHEUX, [1981] 2016). Pensar essas questões a partir do campo do Discurso em uma tomada de posição antirracista (FRANÇA, 2018; CESTARI, 2015) coloca em cena a dimensão da língua como lugar de materialização dos processos ideológicos, logo, lugar de disputa e de outros sentidos possíveis.","PeriodicalId":298582,"journal":{"name":"Revista da ABRALIN","volume":"22 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2022-12-31","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Revista da ABRALIN","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.25189/rabralin.v21i2.2078","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
Esse trabalho se produz a partir de discursos em torno da implantação do Documento Curricular do Território Maranhense (DCTMA) instituído como currículo e referência para as escolas de educação básica maranhenses. Tomamos como referencial teórico metodológico a Análise do Discurso materialista (PÊCHEUX, [1983] 2012), em diálogo com uma perspectiva decolonial (MBEMBE, [2013] 2018; GONZALEZ, [1984] 2020; FRANÇA, 2018) e com o campo da Educação Crítica (FREIRE, [1975] 2005). Temos como objetivo analisar os discursos de/sobre "maranhense" e “maranhensidade” textualizados no Documento Curricular do Território Maranhense. A presença dos significantes “maranhense” e “maranhensidade” introduz a dimensão da cultura em um documento pretensamente do campo da educação. Do nosso ponto de vista, ao tomarmos o cultural como político, ou seja, como lugar em que as questões raciais se dissimulam (FRANÇA, 2018), nos perguntamos sobre a construção de um sujeito racializado e regionalizado. Assim, formulamos: Como funciona o discurso sobre “maranhense” e “maranhensidade” no DCTMA? O que essas designações materializam na língua e o que silenciam? Em diálogo com a Educação Crítica, que discute a educação bancária como reflexo da sociedade opressora que anula o poder interpretativo dos educandos impondo-lhes a passividade, problematizamos a dimensão da “cultura do silêncio” (FREIRE, [1975] 2005), tomando a prática teórica como um lugar possível de transformação, de produção de acontecimentos (PÊCHEUX, [1981] 2016). Pensar essas questões a partir do campo do Discurso em uma tomada de posição antirracista (FRANÇA, 2018; CESTARI, 2015) coloca em cena a dimensão da língua como lugar de materialização dos processos ideológicos, logo, lugar de disputa e de outros sentidos possíveis.