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Abstract
Compreendo a obra de Margarida Cardoso como parte de um movimento global da arte portuguesa contemporânea que visa refletir sobre o presente à luz de um passado recente. Defendo que a investigação da autora parte da necessidade de ultrapassar um evento silencioso e silenciado que marcou a sociedade portuguesa desde os anos 1970 até à década de 1990 e situo a sua perspetiva partindo das ideias de branquitude e de fragilidade branca. Proponho uma reflexão discursiva e crítica em torno de A Costa dos Murmúrios (2006) e Yvone Kane (2015) que visa problematizar a forma como Margarida Cardoso organiza a sua subjetividade feminina, branca e burguesa por forma a construir uma memória insustentável sobre as mulheres brancas, em África, que as desculpabiliza de toda a violência colonial e que as coloca numa posição de fragilidade relativamente às mulheres negras, colonizadas e pobres.