{"title":"A política nos limites do juízo meramente reflexionante: Arendt, leitora de Kant","authors":"Antonio Ianni Segatto","doi":"10.11606/ISSN.1517-0128.V2I37P161-175","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Comentadores frequentemente apontaram um conflito entre a concepção tardia de Arendt acerca do juízo como uma capacidade espiritual e sua concepção inicial, segundo a qual o juízo político estaria vinculado à ação. Haveria, pois, uma contradição entre o ponto de vista do espectador, assumido na concepção tardia, e ponto de vista do ator, que caracteriza a concepção inicial. Neste artigo, procuro mostrar que a origem de tal inconsistência reside no fato de que, desde seus comentários à filosofia kantiana da década de 1950, Arendt separava de maneira estrita juízos determinantes e juízos reflexionantes e, baseando-me em comentários recentes, apresento a possibilidade de uma leitura alternativa da filosofia kantiana que privilegia a unidade do sistema crítico.","PeriodicalId":175674,"journal":{"name":"Cadernos de Ética e Filosofia Política","volume":"1 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2020-12-28","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Cadernos de Ética e Filosofia Política","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.11606/ISSN.1517-0128.V2I37P161-175","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
Comentadores frequentemente apontaram um conflito entre a concepção tardia de Arendt acerca do juízo como uma capacidade espiritual e sua concepção inicial, segundo a qual o juízo político estaria vinculado à ação. Haveria, pois, uma contradição entre o ponto de vista do espectador, assumido na concepção tardia, e ponto de vista do ator, que caracteriza a concepção inicial. Neste artigo, procuro mostrar que a origem de tal inconsistência reside no fato de que, desde seus comentários à filosofia kantiana da década de 1950, Arendt separava de maneira estrita juízos determinantes e juízos reflexionantes e, baseando-me em comentários recentes, apresento a possibilidade de uma leitura alternativa da filosofia kantiana que privilegia a unidade do sistema crítico.