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Abstract
Na esteira do questionamento que Benveniste provoca sobre a noção de arbitrariedade do signo saussuriano, abre-se a possibilidade de que se resgate a referência, fenômeno banido por Saussure pelo motivo de retornar à relação das palavras com as coisas. A partir de uma redefinição do signo, e de uma reflexão pautada por pressupostos enunciativos, sugeridos também por Benveniste, propomos, então, uma abordagem para a referência, conceituando-a como um fenômeno realizado na enunciação. Sob este ponto de vista, não se trata de uma cartografia da realidade do mundo, mas de um saber que se constitui na língua e não pode ser visto separadamente do homem que fala. Os objetos a que nos referimos são construtos, fruto das noções que os falantes formulam sobre eles, na língua e pela língua.