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Abstract
As propostas apresentadas pela BNCC, que retratam a ênfase nas competências e habilidades tomadas sob o enfoque socioemocional, parecem oferecer uma supremacia desse aspecto aos outros componentes do desenvolvimento humano, desfavorecendo uma concepção de desenvolvimento integral. Entretanto, a formação humana que se propõe pautada na unidade cognitivo-afetiva sob a perspectiva da Psicologia Histórico-Cultural, encontra-se como suporte para a discussão do que se vem descortinando no contexto atual da formação continuada de professores, ao evidenciar programas e treinamentos em habilidades socioemocionais descolados dos aspectos cognitivos e, ainda mais, revestidos de um caráter ideológico, ao supor, por meio de um discurso sedutor, uma superação da crise na educação e no processo de aprendizagem. Neste artigo, objetiva-se apontar e discutir a formação continuada de professores sustentada pelos fundamentos da BNCC – a teoria das competências e das habilidades, a partir do olhar da Psicologia Histórico-Cultural, compartilhando o recorte de um estudo realizado em processo de doutoramento em Educação, que analisa criticamente a visão reducionista dessas competências e sua inter-relação com o processo contínuo de formação docente. Conclui-se que, para favorecer a leitura da realidade pelos professores, é preciso uma formação consistente, que revele e estabeleça as relações dialéticas entre desenvolvimento e aprendizagem, cognição e afetividade, constituindo, dessa forma, um contraponto ao determinismo emocional de ser, fazer e existir ou voltar a existir no corpus do contexto escolar.