{"title":"Dinâmicas da Vida Social Organizada de Homens Gays em Aplicativos de Relacionamento","authors":"Luiz Alex Silva Saraiva","doi":"10.1590/1984-92302023v30n0008pt","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Resumo As formas que a tecnologia tem assumido na contemporaneidade são tão variadas quanto onipresentes, tendo alterado as formas de vida em sociedade – contexto de crescente mediação das relações sociais pela tecnologia, que parece complementar as interações face a face ao estabelecer novas modalidades de existência social. Neste artigo, o objetivo é problematizar as dinâmicas da vida social organizada em aplicativos de relacionamento em torno de quatro eixos básicos: virtualidade, sociabilidade, estereotipagem e violência. O estudo se baseia em uma pesquisa de inspiração indutiva com usuários do Grindr na cidade de Belo Horizonte, Brasil. Os dados sugerem que a virtualidade implica superficialidade e descartabilidade das relações, levando a uma sociabilidade efêmera na qual a estereotipagem é empregada ostensivamente para acelerar a dinâmica ao atribuir preconceitos aos demais usuários. Tais aspectos se concretizam em práticas variadas e sistemáticas de violência, algo comum no contexto do aplicativo estudado. As principais conclusões apontam que a vida social organizada humaniza a análise organizacional, avançando em relação ao conceito de organização ao humanizar o processo e incluir as formas de organizar praticadas pelos grupos sociais, o que inclui situar o pesquisador em um processo no qual ele próprio é implicado, politizando a produção do conhecimento.","PeriodicalId":206469,"journal":{"name":"Organizações & Sociedade","volume":"32 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2023-04-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Organizações & Sociedade","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.1590/1984-92302023v30n0008pt","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
Resumo As formas que a tecnologia tem assumido na contemporaneidade são tão variadas quanto onipresentes, tendo alterado as formas de vida em sociedade – contexto de crescente mediação das relações sociais pela tecnologia, que parece complementar as interações face a face ao estabelecer novas modalidades de existência social. Neste artigo, o objetivo é problematizar as dinâmicas da vida social organizada em aplicativos de relacionamento em torno de quatro eixos básicos: virtualidade, sociabilidade, estereotipagem e violência. O estudo se baseia em uma pesquisa de inspiração indutiva com usuários do Grindr na cidade de Belo Horizonte, Brasil. Os dados sugerem que a virtualidade implica superficialidade e descartabilidade das relações, levando a uma sociabilidade efêmera na qual a estereotipagem é empregada ostensivamente para acelerar a dinâmica ao atribuir preconceitos aos demais usuários. Tais aspectos se concretizam em práticas variadas e sistemáticas de violência, algo comum no contexto do aplicativo estudado. As principais conclusões apontam que a vida social organizada humaniza a análise organizacional, avançando em relação ao conceito de organização ao humanizar o processo e incluir as formas de organizar praticadas pelos grupos sociais, o que inclui situar o pesquisador em um processo no qual ele próprio é implicado, politizando a produção do conhecimento.