Anajara da Silva Vieira, M. Caetano, Rosiane Orende da Silva
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Abstract
A obra literária de autoria de L. J. James, cujo título é “Cinquenta Tons de Cinza”, fez enorme sucesso no mercado literário mundial, sendo traduzida para diversas línguas, além de ser adaptada para o cinema e alcançar grande bilheteria. O livro em questão conta a história de amor entre Anastasia e Christian, cujo relacionamento, desde o início, obedece a uma dinâmica de dominação/submissão, na qual o homem é o sujeito-dominador e a mulher é o sujeito-submisso. Neste sentido, compreendemos que a obra faz veicular discursos que a subjetivam mulheres a determinada condutas que atendem a um modelo de relacionamento afetivo-sexual no qual elas estão em posição subordinada. Essa forma de se relacionar afetivamente e sexualmente está baseada em relações de gênero nas quais é o homem quem têm o privilégio na disparidade de forças entre os sujeitos envolvidos. Por causa disso, é possível entender “Cinquenta Tons de Cinza” não apenas enquanto uma pedagogia cultural, na medida em que é um artefato cultural que veicula discursos, ensina comportamentos e subjetiva sujeitos, mas também enquanto uma pedagogia patriarcal. Trata-se de uma pedagogia patriarcal pelas formas como subjetiva as mulheres a um lugar de não independência em relação ao homem e de submissão a esse outro ser tido como mais viril, forte e poderoso do que ela própria. Esses discursos – pedagógicos e patriarcais – aparecem recorrentemente, em vários dos excertos da obra “Cinquenta Tons de Cinza”, que nós analisamos neste artigo.