{"title":"AS RELAÇÕES DE CLASSE NOS CANTEIROS DE OBRAS BRASILEIROS","authors":"L. R. Costa","doi":"10.35699/2238-037x.2022.41087","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Este artigo trata do funcionamento do mercado de trabalho no setor da construção de uma pequena cidade de Minas Gerais. Com base numa etnografia das práticas de trabalho e da gestão da mão de obra num canteiro de tamanho médio, o autor busca mostrar como os imperativos técnicos e organizacionais combinam-se com lógicas de relações de classe para organizar as práticas de contratação, de remuneração e de demissão. Demonstra-se que, visando a uma gestão eficiente e a um controle eficaz sobre o processo de trabalho, se desenvolve, paralelamente aos mecanismos institucionalizados do mercado, proteções informais para o estabelecimento de relações de lealdade e de confiança com os trabalhadores. A hipótese principal aqui discutida é tomada de empréstimo a Alain Morice, que havia sugerido, nos anos 1990, que as relações hierárquicas e a exploração da mão de obra nos canteiros se explicam em parte pelo desprezo por esses trabalhadores manuais sem qualificação advindos das zonas rurais.","PeriodicalId":264937,"journal":{"name":"Trabalho & Educação","volume":"677 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2023-01-24","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Trabalho & Educação","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.35699/2238-037x.2022.41087","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
引用次数: 0
Abstract
Este artigo trata do funcionamento do mercado de trabalho no setor da construção de uma pequena cidade de Minas Gerais. Com base numa etnografia das práticas de trabalho e da gestão da mão de obra num canteiro de tamanho médio, o autor busca mostrar como os imperativos técnicos e organizacionais combinam-se com lógicas de relações de classe para organizar as práticas de contratação, de remuneração e de demissão. Demonstra-se que, visando a uma gestão eficiente e a um controle eficaz sobre o processo de trabalho, se desenvolve, paralelamente aos mecanismos institucionalizados do mercado, proteções informais para o estabelecimento de relações de lealdade e de confiança com os trabalhadores. A hipótese principal aqui discutida é tomada de empréstimo a Alain Morice, que havia sugerido, nos anos 1990, que as relações hierárquicas e a exploração da mão de obra nos canteiros se explicam em parte pelo desprezo por esses trabalhadores manuais sem qualificação advindos das zonas rurais.