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Abstract
A mercantilização da Educação Superior constitui-se na apropriação da educação como mercadoria manipulada de acordo com seu valor de troca e a consequente acumulação de capital. Desse modo, se é possível concebê-la como um desdobramento de fatores que se originam na interface da ordem produtiva e social vigente. Esse fenômeno expressa uma concepção reducionista e precária de educação, que distorce e compromete a função social que o complexo educacional desempenha na formação humana. À luz do materialismo histórico dialético, esta pesquisa tem caráter bibliográfico e documental, com enfoque na abordagem qualitativa dos dados, a partir de livros, artigos e documentos oficiais. Os resultados mostram que o processo de mercantilização da Educação Superior no Brasil está historicamente vinculado à expansão desse nível de ensino, a partir das reformas do Estado brasileiro no campo educacional, mostrando sua posição subalterna em relação às demandas impostas pelo capital; e que o papel dos grupos empresariais do setor educacional e as políticas educacionais de financiamento e concessão de bolsas de estudo, com o objetivo de ampliar o acesso a esse nível de ensino, são dois importantes fatores que atestam a forma como vem ocorrendo hoje a mercantilização da Educação Superior. Diante disso, é urgente construir estratégias que visem a superação desse modelo de educação, de forma que o combate à educação mercantilizada pressuponha a superação do capital e de todas as demais instâncias a que ele subordina, em especial as determinações legais, as convenções políticas e o estado burguês.