Hélen Rejane Silva Maciel Diogo, Tatiana De Mello Ribeiro
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Abstract
A escrita apresenta os movimentos de pesquisa acerca dos corpos que habitam as prisões, a partir de uma perspectiva teórico crítica desenvolvida pela autora Juliana Borges e pelo autor Michel Foucault. Trata-se de pesquisa de abordagem qualitativa na qual buscamos responder a seguinte questão: quais são os corpos, que habitam as prisões brasileiras? Nesse sentido, designamos os corpos negros como sujeitos (in)dóceis, submetidos as práticas de controle, de vigilância e de repressão, com intuito de abolir a sua representação simbólica e física, entendidas como princípios da colonialidade do poder, a qual se vale da observação e vigilância para ‘educar’ e enquadrar os corpos negros na norma. Além disso, problematizamos os altos índices de encarceramento das mulheres negras, principalmente como outro modo de aprisionamento que consolida cotidianamente o racismo e as práticas de opressão e violência contra as mulheres. Tendo assim, a sua liberdade inviabilizada e cerceada em prol de uma dinâmica colonial, a qual justifica a preferência por determinados corpos na posição de dominados, a partir de um sistema que age de modo a legitimar o poder disciplinar.