L. M. Oliveira-Menegotto, Amanda Schöffel Sehn, Tatiele Jacques Bossi, Rita de Cássia Sobreira Lopes
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Abstract
Este estudo teve como objetivo investigar as exigências emocionais para a parentalidade frente aos cuidados do bebê com síndrome de Down aos três e oito meses. Foi realizado um estudo de caso múltiplo, de caráter longitudinal, no qual participaram três casais, cujos filhos foram diagnosticados com síndrome de Down no momento do nascimento. Os genitores responderam a entrevistas sobre maternidade, paternidade e desenvolvimento do bebê. A análise qualitativa, a partir do relato clínico, evidenciou que o diagnóstico da síndrome de Down gerou nos genitores um processo de negação que se estendeu até o oitavo mês do bebê, mesmo que com menor intensidade. Era preciso negar as limitações que a deficiência poderia trazer ao bebê a longo prazo para que os genitores conseguissem identificar as suas necessidades e atendê-las. Os cuidados especializados contínuos, como estimulação precoce e atendimento médico por problemas de saúde, eram especialmente desafiadores e exigentes. Provocavam desorganização psíquica e da rotina, para além do que um bebê por si só exige nos seus primeiros meses de vida. Tais aspectos, associados a recursos pessoais e financeiros precários, traziam sobrecarga emocional, indicando a importância de espaços de escuta para genitores de bebês com deficiência, a fim de favorecer o desenvolvimento emocional do bebê e da família.\