Gabriela Carneiro Gomes, Ana Rita Fontel de Melo, Paulyna Roana Borges Moreira, Ester Monteiro e Sousa, Larissa Sousa Gomes
{"title":"Apresentação epidemiológica da encefalite rábica anelada as condições socioeconômicas e orientações preventivas desenvolvidas nas regiões brasileiras","authors":"Gabriela Carneiro Gomes, Ana Rita Fontel de Melo, Paulyna Roana Borges Moreira, Ester Monteiro e Sousa, Larissa Sousa Gomes","doi":"10.54265/jimu1347","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"A raiva ou encefalite rábica, pertencente à família Rhabdoviridae, é uma zoonose infectocontagiosa endêmica de caráter agudo e progressivo comprometedora do Sistema Nervoso Central dos mamíferos. O Rabies vírus (RABV) possui diversas variantes antigênicas, das quais o agente etiológico se encontra, principalmente, em morcegos hematófagos da espécie Desmodus rotundus e nos insetívoros Tadaria brasilienses e Lasiurus cinereus. É adquirida pela penetração do vírus presente na saliva de animais contaminados em soluções de continuidade no tecido humano, criadas por mordeduras e arranhaduras de mucosa. A partir daí, o vírus se dissemina no local inoculado, atingindo os gânglios periféricos e migra para o Sistema Nervoso Central, no qual ocorre a multiplicação gênica do organismo. Os sintomas incluem: sensação de angústia, cefaleia, convulsões, fotofobia, hiperestesia e parestesia no trajeto de nervos periféricos. Podem ser reservatórios do patógeno, no ambiente silvestre, os cachorros e gatos do mato, raposas, gambás, saruês e saguis, ficando os caninos e felinos domésticos, sobretudo, como fontes de infecção urbana. A distribuição heterogênea da raiva é fundada nas condições socioeconômicas desiguais das regiões brasileiras e por orientações preventivas pouco disseminadas. Somado ao trabalho rural e urbanização que aproximam pessoas de animais silvestres, aumentam a probabilidade de adesão vírica. Dessa forma, o objetivo do estudo é realizar um levantamento socioepidemiológicos dos dados da encefalite rábica das áreas rurais e urbanas, comunicando os aspectos alusivos ao perfil da população brasileira mais acometida nos anos de 2010 a 2021. Foi feito um estudo analítico com base no Sistema de Informações de Agravos e Notificações (SINAN) e no Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde do Brasil (DATASUS), sobre as Zonas de Residência, fontes de transmissão e sexo da população acometida pela RABV. Segundo os dados do Ministério da Saúde, durante o período de 2010 a 2021, foram confirmados 40 casos de Raiva humana, dos quais 27 (67,5%) provinham do meio rural e 13 (32,5%) do meio urbano. O ano de maior incidência foi 2018 com 11 (27,5%) notificações. Dessas, 10 ocorreram em áreas ribeirinhas do Estado do Pará e 1 no Estado de São Paulo. A respeito das fontes de transmissão, os morcegos foram responsáveis por 50% dos casos, ficando os cães com 22,5% dos registros, além de primatas e felinos com 10% dos quadros de animal agressor. O número de casos confirmados referente ao sexo foram 30 homens e 10 mulheres, dos quais 14 (35%) ocorreram na faixa etária de 20-39 anos. Tendo em vista as condições socioeconômicas da região Norte e das áreas rurais, é notório serem classificadas como territórios de riscos para raiva, devido a pouca difusão do conhecimento sobre a doença, construindo, dessa maneira, uma conscientização social insuficiente. Ademais, a proximidade entre pessoa e morcego criadas pela constante urbanização e predomínio do ofício rural em determinados municípios, propicia perigo considerados, já que os morcegos são os agentes carreadores principais do RABV. Salientase, assim, a importância da instrução social para combater as fontes de infecção, reduzir exposições humanas desnecessárias e melhorar a situação socioeconômica das regiões subdesenvolvidas do Brasil. PALAVRAS-CHAVE: infectocontagiosa, variantes antigênicas, morcegos, condições socioeconômicas, instrução social","PeriodicalId":165648,"journal":{"name":"Anais do Congresso Online Acadêmico de Medicina Veterinária","volume":"21 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2022-03-21","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Anais do Congresso Online Acadêmico de Medicina Veterinária","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.54265/jimu1347","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
A raiva ou encefalite rábica, pertencente à família Rhabdoviridae, é uma zoonose infectocontagiosa endêmica de caráter agudo e progressivo comprometedora do Sistema Nervoso Central dos mamíferos. O Rabies vírus (RABV) possui diversas variantes antigênicas, das quais o agente etiológico se encontra, principalmente, em morcegos hematófagos da espécie Desmodus rotundus e nos insetívoros Tadaria brasilienses e Lasiurus cinereus. É adquirida pela penetração do vírus presente na saliva de animais contaminados em soluções de continuidade no tecido humano, criadas por mordeduras e arranhaduras de mucosa. A partir daí, o vírus se dissemina no local inoculado, atingindo os gânglios periféricos e migra para o Sistema Nervoso Central, no qual ocorre a multiplicação gênica do organismo. Os sintomas incluem: sensação de angústia, cefaleia, convulsões, fotofobia, hiperestesia e parestesia no trajeto de nervos periféricos. Podem ser reservatórios do patógeno, no ambiente silvestre, os cachorros e gatos do mato, raposas, gambás, saruês e saguis, ficando os caninos e felinos domésticos, sobretudo, como fontes de infecção urbana. A distribuição heterogênea da raiva é fundada nas condições socioeconômicas desiguais das regiões brasileiras e por orientações preventivas pouco disseminadas. Somado ao trabalho rural e urbanização que aproximam pessoas de animais silvestres, aumentam a probabilidade de adesão vírica. Dessa forma, o objetivo do estudo é realizar um levantamento socioepidemiológicos dos dados da encefalite rábica das áreas rurais e urbanas, comunicando os aspectos alusivos ao perfil da população brasileira mais acometida nos anos de 2010 a 2021. Foi feito um estudo analítico com base no Sistema de Informações de Agravos e Notificações (SINAN) e no Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde do Brasil (DATASUS), sobre as Zonas de Residência, fontes de transmissão e sexo da população acometida pela RABV. Segundo os dados do Ministério da Saúde, durante o período de 2010 a 2021, foram confirmados 40 casos de Raiva humana, dos quais 27 (67,5%) provinham do meio rural e 13 (32,5%) do meio urbano. O ano de maior incidência foi 2018 com 11 (27,5%) notificações. Dessas, 10 ocorreram em áreas ribeirinhas do Estado do Pará e 1 no Estado de São Paulo. A respeito das fontes de transmissão, os morcegos foram responsáveis por 50% dos casos, ficando os cães com 22,5% dos registros, além de primatas e felinos com 10% dos quadros de animal agressor. O número de casos confirmados referente ao sexo foram 30 homens e 10 mulheres, dos quais 14 (35%) ocorreram na faixa etária de 20-39 anos. Tendo em vista as condições socioeconômicas da região Norte e das áreas rurais, é notório serem classificadas como territórios de riscos para raiva, devido a pouca difusão do conhecimento sobre a doença, construindo, dessa maneira, uma conscientização social insuficiente. Ademais, a proximidade entre pessoa e morcego criadas pela constante urbanização e predomínio do ofício rural em determinados municípios, propicia perigo considerados, já que os morcegos são os agentes carreadores principais do RABV. Salientase, assim, a importância da instrução social para combater as fontes de infecção, reduzir exposições humanas desnecessárias e melhorar a situação socioeconômica das regiões subdesenvolvidas do Brasil. PALAVRAS-CHAVE: infectocontagiosa, variantes antigênicas, morcegos, condições socioeconômicas, instrução social