{"title":"EDUCAÇÃO PARA A DEMOCRACIA EM TEMPOS DITATORIAIS: ANÁLISE DA REFORMA DA CARTA DA OEA (PROTOCOLO DE BUENOS AIRES, 1967) EM SEU CONTEXTO","authors":"Beatriz Mendes Niyama, Guilherme Perez Cabral","doi":"10.21527/2317-5389.2021.18.10908","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"O artigo tem como objetivo analisar o processo de construção normativa, no cenário de Guerra Fria, do Protocolo de Buenos Aires (1967) – que reforma a Carta da Organização dos Estados Americanos (OEA) – particularmente a introdução da noção de educação para democracia. Partindo da relação entre governos autoritários e a Organização Interamericana, a pesquisa se concentrou na atuação da Ditadura Civil-militar brasileira neste processo. Foi adotado método histórico documental, a partir de fontes primárias, como relatório, atas de reuniões e correspondências da Organização e dos representantes dos Estados, identificados a partir da sistematização dos arquivos físicos do Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil (FGV-RJ), complementado pela revisão bibliográfica crítica da matéria. Os resultados atingidos permitem a conclusão de que a conexão entre educação e democracia, inserida na Carta da OEA por meio da atuação de governos autoritários, atende à perspectiva econômica liberal, constituindo, em última análise, uma educação para o capitalismo liberal, na luta anticomunista. Conclui-se que a inserção da democracia como objetivo educacional representa, do ponto de vista político-pedagógico, uma promessa vazia.","PeriodicalId":440721,"journal":{"name":"Revista Direitos Humanos e Democracia","volume":"33 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2021-12-27","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Revista Direitos Humanos e Democracia","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.21527/2317-5389.2021.18.10908","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
O artigo tem como objetivo analisar o processo de construção normativa, no cenário de Guerra Fria, do Protocolo de Buenos Aires (1967) – que reforma a Carta da Organização dos Estados Americanos (OEA) – particularmente a introdução da noção de educação para democracia. Partindo da relação entre governos autoritários e a Organização Interamericana, a pesquisa se concentrou na atuação da Ditadura Civil-militar brasileira neste processo. Foi adotado método histórico documental, a partir de fontes primárias, como relatório, atas de reuniões e correspondências da Organização e dos representantes dos Estados, identificados a partir da sistematização dos arquivos físicos do Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil (FGV-RJ), complementado pela revisão bibliográfica crítica da matéria. Os resultados atingidos permitem a conclusão de que a conexão entre educação e democracia, inserida na Carta da OEA por meio da atuação de governos autoritários, atende à perspectiva econômica liberal, constituindo, em última análise, uma educação para o capitalismo liberal, na luta anticomunista. Conclui-se que a inserção da democracia como objetivo educacional representa, do ponto de vista político-pedagógico, uma promessa vazia.