Fernando Guimarães Saves, Aguinaldo José Gonçalves
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Abstract
Compreender a poética de Hilda Hilst é adentrar o universo inquietante do eu lírico que, à semelhança do filósofo grego, questiona a si mesmo, ao mundo e à realidade. A temporalidade na poesia hilstiana é sempre marcado, motivo de reflexões e veículo através do qual o eu lírico trafega de um espaço a outro, de um tempo a outro, revisitando momentos memoráveis, ideias e formas de pensamento. A existência na obra de Hilst é também apresentada ao leitor como um objeto de reflexão. Existência própria, existências outras, personagens fictícios ou reais que deixaram seus registros históricos no tempo. Hilst, muitas vezes classificada como expressão da metapoesia no Brasil, entretanto, não se deixa prender a rótulos, utilizando sua poética no confronto mesmo das tentativas, quaisquer que sejam elas, de solapar as asas de seu imaginário poético. Recorre a estratégias variadas de expressão linguística, traduzindo o seu fazer poético em ato político contra a opressão do homem político. Em Júbilo, memória, noviciado da paixão, a poeta traz o cenário mítico dos heróis e deuses da antiguidade, conjugando-o à cantiga lírica medieval galego-portuguesa do século XIII. Este trabalho é o resultado de uma tentativa de se abordar a poesia de Hilda Hilst a partir de uma perspectiva mítico-histórica, perspectiva esta que é proposta pela própria autora na forma pela qual desenvolveu sua poética na obra referida.