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Abstract
Este ensaio se propõe a pautar a ocupação do território urbano por pessoas LGBTQIA+, bem como questionar as condicionalidades do direito à cidade para quem é dissidente sexual e/ou de gênero. A monstrificação de corpos subalternizados não é uma prática recente, mas herança direta do processo colonizatório que imputava – notadamente a pessoas negras e indígenas – o status sub-humano como prerrogativa destrutiva. A partir disso, discuto como se dão as inserções e expurgos de corpos LGBTQIA+ do espaço urbano, situando essa discussão especificamente na cidade de Salvador, Bahia, a partir de estabelecimentos voltados principalmente para a população lésbica e sapatão local. Por meio do retrato dos bares Caras & Bocas e Sapoti, questiono as barreiras geográficas visíveis e invisíveis que vilipendiam o direito ao afeto público e à memória coletiva dissidente, construída a partir e por meio de espaços de socialização compulsoriamente boicotados pela sociedade civil heteronormativa.