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Abstract
Partimos da premissa marxiana do princípio educativo do trabalho, ou seja, de que nas relações que estabelecemos com a natureza, mediadas pelo trabalho, transformamos a nós mesmo como parte integrante da natureza. Produzimos cultura e, portanto saberes. Neste artigo, revisitamos e problematizamos procedimentos teórico-metodológicos utilizados em nossas pesquisas sobre saberes que emergem de práticas econômico-culturais de mulheres e homens que vivem e trabalham de forma associada no campo. Trata-se de pesquisas que tiveram como objeto de estudo comunidades tradicionais e uma rede de economia solidária nacional que articula trabalhadores(as) do campo e da cidade. Como resultado, sistematizamos premissas político-epistemológicas para apreensão e análise de saberes do trabalho associado, entendidos como saberes caracterizados por uma forte relação seres humanos/natureza e que são produzidos por trabalhadores(as) nos processos de trabalho marcados pela apropriação coletiva dos meios de produção, pela apropriação igualitária dos frutos do trabalho e pela gestão democrática das decisões quanto à utilização dos excedentes e aos rumos da produção.