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Abstract
O texto propõe uma reflexão teórica sobre a singularidade da memória na enunciação evocada de sujeitos idosos. Para tanto, busca delinear um conceito de memória, que se afasta dos estudos mnemônicos, sob o viés neurofisiológico, e se aproxima de reflexões de cunho filosófico e psicanalítico. Os estudos na perspectiva filosófica abordam a fenomenologia da memória e o paradoxo do trabalho do historiador, entre memória individual e coletiva, os quais permitem uma definição de memória como imagem/lembrança trazida para o presente através da linguagem e como sendo triplamente constituída, isto é, atribuída a si, aos outros, aos próximos. A teoria psicanalítica revisitada revela a memória como uma reinauguração de algo vivido, o que contradiz a visão do senso comum acerca da recorrência à repetição nas narrativas de alguém que envelhece. Assim, sob a perspectiva linguística-enunciativa, a memória revela-se como uma possibilidade de percorrer o tempo, permitindo a cada um a própria continuidade temporal, sem ruptura com o presente, como algo capaz de dar vida nova ao acontecimento e à experiência do acontecimento.