{"title":"O RACIOCÍNIO ABDUTIVO NO JOGO DE XADREZ: UMA INVESTIGAÇÃO SOBRE A RELAÇÃO ENTRE CRIATIVIDADE E CONHECIMENTO","authors":"Kariston Pereira","doi":"10.21575/25254782RMETG2021VOL6N11485","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Busca-se desenvolver, aqui, uma breve apresentação da pesquisa e dos resultados de uma tese de doutorado, de nossa autoria, intitulada “O Raciocínio Abdutivo no Jogo de Xadrez: a Contribuição do Conhecimento, Intuição e Consciência da Situação para o Processo Criativo”, enfatizando, mais especificamente, o raciocínio abdutivo propriamente dito. O trabalho aqui apresentado observa o xadrez para considerar o raciocínio abdutivo, como proposto na teoria da Abdução de Charles Sanders Peirce, visando reconciliar os conceitos de “conhecimento” e “criatividade”, no contexto mental tradicionalmente reconhecido como “intuição”, e na sua relação com os raciocínios indutivo e dedutivo. Atualizando-se as indicações e revendo as contradições entre as ideias de Descartes (1596-1650) e Peirce (1839-1914), foram discutidas, na tese supracitada, duas correntes de estudos, denominadas: “foundation view” e “tension view”, que se antagonizam propondo diferentes visões sobre a participação do conhecimento especializado como fator de promoção da criatividade. A contradição entre estas duas correntes, que se configuram sobre base experimental, suscita a tradicional questão do “dogmatismo” com relação ao conhecimento constituído. Depois dos estudos desenvolvidos, pode-se considerar a tese de que o conhecimento não impede a criatividade, servindo, inclusive, para promovê-la. Pois, como demonstrado por meio da análise de entrevistas, protocolos verbais e partidas comentadas de conceituados enxadristas, o conhecimento possibilita a maior eficiência do raciocínio abdutivo, desde que não seja tratado de maneira dogmática. O xadrez é, portanto, apresentado como domínio decorrente de um campo interdisciplinar de pesquisa que considera, especialmente, a criatividade e o conhecimento, configurando um objeto de estudo privilegiado para a produção de conhecimentos sobre esses temas, que são necessários para diferentes áreas de estudo e aplicação científica.","PeriodicalId":173396,"journal":{"name":"Revista Mundi Engenharia, Tecnologia e Gestão (ISSN: 2525-4782)","volume":"27 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2021-07-27","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Revista Mundi Engenharia, Tecnologia e Gestão (ISSN: 2525-4782)","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.21575/25254782RMETG2021VOL6N11485","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
Busca-se desenvolver, aqui, uma breve apresentação da pesquisa e dos resultados de uma tese de doutorado, de nossa autoria, intitulada “O Raciocínio Abdutivo no Jogo de Xadrez: a Contribuição do Conhecimento, Intuição e Consciência da Situação para o Processo Criativo”, enfatizando, mais especificamente, o raciocínio abdutivo propriamente dito. O trabalho aqui apresentado observa o xadrez para considerar o raciocínio abdutivo, como proposto na teoria da Abdução de Charles Sanders Peirce, visando reconciliar os conceitos de “conhecimento” e “criatividade”, no contexto mental tradicionalmente reconhecido como “intuição”, e na sua relação com os raciocínios indutivo e dedutivo. Atualizando-se as indicações e revendo as contradições entre as ideias de Descartes (1596-1650) e Peirce (1839-1914), foram discutidas, na tese supracitada, duas correntes de estudos, denominadas: “foundation view” e “tension view”, que se antagonizam propondo diferentes visões sobre a participação do conhecimento especializado como fator de promoção da criatividade. A contradição entre estas duas correntes, que se configuram sobre base experimental, suscita a tradicional questão do “dogmatismo” com relação ao conhecimento constituído. Depois dos estudos desenvolvidos, pode-se considerar a tese de que o conhecimento não impede a criatividade, servindo, inclusive, para promovê-la. Pois, como demonstrado por meio da análise de entrevistas, protocolos verbais e partidas comentadas de conceituados enxadristas, o conhecimento possibilita a maior eficiência do raciocínio abdutivo, desde que não seja tratado de maneira dogmática. O xadrez é, portanto, apresentado como domínio decorrente de um campo interdisciplinar de pesquisa que considera, especialmente, a criatividade e o conhecimento, configurando um objeto de estudo privilegiado para a produção de conhecimentos sobre esses temas, que são necessários para diferentes áreas de estudo e aplicação científica.