Amanda Maria Stuchi, Leonardo Paroche de Matos, Allan Luís Barboza Atum, José Antônio Silva Júnior
{"title":"EXPOSIÇÃO PRÉ-NATAL AO ÁLCOOL E A EXPRESSÃO DE GENES RELACIONADOS À HIPERTROFIA CARDÍACA EM CAMUNDONGOS","authors":"Amanda Maria Stuchi, Leonardo Paroche de Matos, Allan Luís Barboza Atum, José Antônio Silva Júnior","doi":"10.5585/comamedvg.2022.9","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Introdução: A exposição pré-natal ao álcool (E.P.A.) é considerada uma das principais responsáveis pelas alterações congênitas humanas teratogênicas. Estima-se que 20% das gestantes consumam álcool durante toda a gestação, além de 35% das gestantes relataram ter consumido álcool, mesmo que em pequenas doses. O impacto potencial da E.P.A. varia consideravelmente entre os indivíduos, podendo levar a alterações morfológicas e genéticas sistêmicas. Entretanto, muitas dessas alterações ocorrem a nível celular, podendo, ao longo da vida, predispor o indivíduo às doenças crônicas. No sistema cardiovascular, a E.P.A. pode levar a alterações, como hipertrofia cardíaca e defeitos valvares, bem como alterações na expressão de genes relacionados à homeostase cardiovascular. Objetivo: Analisar o impacto da E.P.A. na ativação de hipertrofia cardíaca, analisando a expressão de RNA mensageiro de componentes da via de transdução de sinais hipertróficos. Materiais e métodos: O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética no Uso de Animais (CEUA = 9355120319 ID 000115). Foram utilizados camundongos isogênicos da linhagem C57Bl/6. As fêmeas progenitoras foram separadas e randomizadas no grupo controle (n=4) e no grupo de exposição ao álcool (n=11). O protocolo do grupo E.P.A. durante a gestação, foi a exposição do álcool na proporção de 10% (v/v) diluídos em água de consumo. Após 45 dias, 10 filhotes de cada grupo (n=20) foram anestesiados com isoflurano (<20 segs.) e decapitados. O ventrículo esquerdo (VE) foi coletado e tratado. A expressão relativa foi obtida pela técnica RT-qPCR utilizando placas customizadas TaqMan®, sendo utilizado como controle endógeno o gene rRNA 18S. A estatística foi calculada com a aplicação IBM SPSS Statistics for Windows, Version 25.0.; a normalidade foi testada através do teste de Shapiro-Wilk e os dados representados por média ± EPM ou Md + intervalos interquartis (25-75%). Comparação entre grupos: Teste T para amostras independentes ou Test U de Mann Whitney sendo considerado o valor de significância p ≤0,05 em ambos os testes. Resultados: Além de leve hipertrofia do coração e VE, observamos a presença de deposição de colágeno perivascular confirmadas por técnica de Tricrômico de Masson. Observamos, também, alterações na transcrição de 18 dos 20 genes analisados, sendo o maior aumento apresentado pelo gene codificador do Peptídeo Natriurético B (405,92%). Discussão e conclusão: As alterações na expressão dos genes Col1a1, Myh6, Myh7 e Tgfb1 em conjunto com uma maior deposição de colágeno, sugerem a ocorrência de leve hipertrofia do VE nos animais do grupo E.P.A.. Em nosso modelo experimental, portanto, a E.P.A. induziu alterações morfométricas e hipertrofia cardíaca, bem como, modulou a transcrição de genes relacionados a esta condição cardiovascular. Além disso, nossos dados sugerem que estas alterações são comparáveis às observadas em animais com disfunções cardíacas experimentais, como o infarto do miocárdio. Palavras-chave: coração; expressão gênica; hipertrofia cardíaca; transdução de sinal.","PeriodicalId":374989,"journal":{"name":"Anais do Congresso Médico Acadêmico da Universidade Nove de Julho","volume":"45 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2022-05-19","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Anais do Congresso Médico Acadêmico da Universidade Nove de Julho","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.5585/comamedvg.2022.9","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
Introdução: A exposição pré-natal ao álcool (E.P.A.) é considerada uma das principais responsáveis pelas alterações congênitas humanas teratogênicas. Estima-se que 20% das gestantes consumam álcool durante toda a gestação, além de 35% das gestantes relataram ter consumido álcool, mesmo que em pequenas doses. O impacto potencial da E.P.A. varia consideravelmente entre os indivíduos, podendo levar a alterações morfológicas e genéticas sistêmicas. Entretanto, muitas dessas alterações ocorrem a nível celular, podendo, ao longo da vida, predispor o indivíduo às doenças crônicas. No sistema cardiovascular, a E.P.A. pode levar a alterações, como hipertrofia cardíaca e defeitos valvares, bem como alterações na expressão de genes relacionados à homeostase cardiovascular. Objetivo: Analisar o impacto da E.P.A. na ativação de hipertrofia cardíaca, analisando a expressão de RNA mensageiro de componentes da via de transdução de sinais hipertróficos. Materiais e métodos: O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética no Uso de Animais (CEUA = 9355120319 ID 000115). Foram utilizados camundongos isogênicos da linhagem C57Bl/6. As fêmeas progenitoras foram separadas e randomizadas no grupo controle (n=4) e no grupo de exposição ao álcool (n=11). O protocolo do grupo E.P.A. durante a gestação, foi a exposição do álcool na proporção de 10% (v/v) diluídos em água de consumo. Após 45 dias, 10 filhotes de cada grupo (n=20) foram anestesiados com isoflurano (<20 segs.) e decapitados. O ventrículo esquerdo (VE) foi coletado e tratado. A expressão relativa foi obtida pela técnica RT-qPCR utilizando placas customizadas TaqMan®, sendo utilizado como controle endógeno o gene rRNA 18S. A estatística foi calculada com a aplicação IBM SPSS Statistics for Windows, Version 25.0.; a normalidade foi testada através do teste de Shapiro-Wilk e os dados representados por média ± EPM ou Md + intervalos interquartis (25-75%). Comparação entre grupos: Teste T para amostras independentes ou Test U de Mann Whitney sendo considerado o valor de significância p ≤0,05 em ambos os testes. Resultados: Além de leve hipertrofia do coração e VE, observamos a presença de deposição de colágeno perivascular confirmadas por técnica de Tricrômico de Masson. Observamos, também, alterações na transcrição de 18 dos 20 genes analisados, sendo o maior aumento apresentado pelo gene codificador do Peptídeo Natriurético B (405,92%). Discussão e conclusão: As alterações na expressão dos genes Col1a1, Myh6, Myh7 e Tgfb1 em conjunto com uma maior deposição de colágeno, sugerem a ocorrência de leve hipertrofia do VE nos animais do grupo E.P.A.. Em nosso modelo experimental, portanto, a E.P.A. induziu alterações morfométricas e hipertrofia cardíaca, bem como, modulou a transcrição de genes relacionados a esta condição cardiovascular. Além disso, nossos dados sugerem que estas alterações são comparáveis às observadas em animais com disfunções cardíacas experimentais, como o infarto do miocárdio. Palavras-chave: coração; expressão gênica; hipertrofia cardíaca; transdução de sinal.