{"title":"PARA LER (PO)ETICAMENTE O IMAGINÁRIO OCEÂNICO","authors":"L. Lins, K. Gadelha, Lúcia Anello","doi":"10.15210/dg-revista.v1i1.2069","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"fundada em e circunscrita a um exercício performativo de uma suposta neutralidade da linguagem científica, a Oceanografia, inserida no que se tem chamado de Ciências do Mar, tem se mostrado, apesar de insurgências contra-hegemônicas, fixada aos pilares onto-epistemológicos da modernidade, (re)produzindo e fazendo reproduzir, em sua formação acadêmico-profissional, discursos e condutas que perpetuam e fortalecem as estruturas colonizadas e colonizadoras do Mundo Ordenado, silenciando outras narrativas. dado que essa configuração tem se mostrado, além de fechada em si mesma, insuficiente em responder questões mais complexas, (me) proponho a pensar, aqui, a partir de posicionamentos críticos situados, normativo-dissidentes, feministas, queer/cuír, antirracistas, anticapitalistas, ambientalistas, de(s)coloniais, mas principalmente pela poética negra feminista, para além de um diálogo (que sempre-já ocorre) entre o campo e as ditas Ciências Humanas e Sociais, de outro modo, especulando a propósito da (ao mesmo tempo que busco rasgar e encontrar as aberturas para a) possibilidade de uma relação implicada nos/com os ambientes aquáticos, costeiros, oceânicos, mergulhando, para isso, nas ficções do imaginário coletivo esvaziado de outras componentes que não as concepções estruturantes desse arquivo oceânico, tomando como proposição (po)ética a rota (de fuga) de uma oceanologia do mundo implicado, que busca se posicionar de modo a não repetir as configurações fractais da violência colonial/racial/capital constituintes próprias do sistema do Mundo Ordenado.","PeriodicalId":178694,"journal":{"name":"D’GENERUS: Revista de Estudos Feministas e de Gênero","volume":"25 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2022-09-15","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"D’GENERUS: Revista de Estudos Feministas e de Gênero","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.15210/dg-revista.v1i1.2069","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
fundada em e circunscrita a um exercício performativo de uma suposta neutralidade da linguagem científica, a Oceanografia, inserida no que se tem chamado de Ciências do Mar, tem se mostrado, apesar de insurgências contra-hegemônicas, fixada aos pilares onto-epistemológicos da modernidade, (re)produzindo e fazendo reproduzir, em sua formação acadêmico-profissional, discursos e condutas que perpetuam e fortalecem as estruturas colonizadas e colonizadoras do Mundo Ordenado, silenciando outras narrativas. dado que essa configuração tem se mostrado, além de fechada em si mesma, insuficiente em responder questões mais complexas, (me) proponho a pensar, aqui, a partir de posicionamentos críticos situados, normativo-dissidentes, feministas, queer/cuír, antirracistas, anticapitalistas, ambientalistas, de(s)coloniais, mas principalmente pela poética negra feminista, para além de um diálogo (que sempre-já ocorre) entre o campo e as ditas Ciências Humanas e Sociais, de outro modo, especulando a propósito da (ao mesmo tempo que busco rasgar e encontrar as aberturas para a) possibilidade de uma relação implicada nos/com os ambientes aquáticos, costeiros, oceânicos, mergulhando, para isso, nas ficções do imaginário coletivo esvaziado de outras componentes que não as concepções estruturantes desse arquivo oceânico, tomando como proposição (po)ética a rota (de fuga) de uma oceanologia do mundo implicado, que busca se posicionar de modo a não repetir as configurações fractais da violência colonial/racial/capital constituintes próprias do sistema do Mundo Ordenado.