{"title":"ESPAÇOS OUTROS QUE CONVIVEM NAS ESCOLAS: HETEROTOPIAS","authors":"Deborah vier Fischer, A. Munhoz","doi":"10.18226/21784612.v25.e020017","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Este ensaio tem por objetivo pensar a escola como espaco vivo, produtor de heterotopias, conceito abordado por Foucault (2000, 2001, 2013). As heterotopias, na perspectiva de Foucault (2013), sao espacos outros que convivem no espaco instituido, nos espacos de invencao que nao podem ser controlados, justamente por nao estarem previstos. Foram primeiramente pensadas como um efeito de linguagem, conforme encontramos no prefacio de As palavras e as coisas, obra publicada em 1966. O conceito e retomado em suas conferencias radiofonicas (1966 e 1967), publicadas em 1984 com o titulo Des espaces autres, e ainda postumamente, em 2009, no livro O corpo utopico, heterotopias. A partir dessa nocao, a escrita que aqui se apresenta e um convite a pensar a escola como um lugar heterotopico. Um espaco do fora no espaco do dentro. Um entrelugares, povoado de encontros e potencias ativados, capazes de inventar espacos outros no proprio espaco do instituido pela forca do que nos leva a pensar e a perceber o mundo de outros modos, com outras lentes. Trata-se, assim, de viver de outros modos nos espacos que ja existem. Criar no espaco da escola, da universidade, espacos outros, heterotopias que possibilitem movimentos, espacos livres de pensamento. Isso envolve um deslocamento de olhar para o espaco, para as coisas, para a vida: criar um espaco de resistencia dentro de um espaco instituido. Portanto, nao se trata de criar utopicamente outra escola, nem qualquer outro espaco educativo, nem mesmo um espaco de existencia, mas talvez de fazer outra escola na propria escola.","PeriodicalId":260095,"journal":{"name":"Conjectura filosofia e educação","volume":"17 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2020-07-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"1","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Conjectura filosofia e educação","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.18226/21784612.v25.e020017","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
引用次数: 1
Abstract
Este ensaio tem por objetivo pensar a escola como espaco vivo, produtor de heterotopias, conceito abordado por Foucault (2000, 2001, 2013). As heterotopias, na perspectiva de Foucault (2013), sao espacos outros que convivem no espaco instituido, nos espacos de invencao que nao podem ser controlados, justamente por nao estarem previstos. Foram primeiramente pensadas como um efeito de linguagem, conforme encontramos no prefacio de As palavras e as coisas, obra publicada em 1966. O conceito e retomado em suas conferencias radiofonicas (1966 e 1967), publicadas em 1984 com o titulo Des espaces autres, e ainda postumamente, em 2009, no livro O corpo utopico, heterotopias. A partir dessa nocao, a escrita que aqui se apresenta e um convite a pensar a escola como um lugar heterotopico. Um espaco do fora no espaco do dentro. Um entrelugares, povoado de encontros e potencias ativados, capazes de inventar espacos outros no proprio espaco do instituido pela forca do que nos leva a pensar e a perceber o mundo de outros modos, com outras lentes. Trata-se, assim, de viver de outros modos nos espacos que ja existem. Criar no espaco da escola, da universidade, espacos outros, heterotopias que possibilitem movimentos, espacos livres de pensamento. Isso envolve um deslocamento de olhar para o espaco, para as coisas, para a vida: criar um espaco de resistencia dentro de um espaco instituido. Portanto, nao se trata de criar utopicamente outra escola, nem qualquer outro espaco educativo, nem mesmo um espaco de existencia, mas talvez de fazer outra escola na propria escola.