POLIFONIA Y ARGUMENTACION

Elisandra Benedita Szubris
{"title":"POLIFONIA Y ARGUMENTACION","authors":"Elisandra Benedita Szubris","doi":"10.30681/real.v14i1.5567","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":" Polifonia y Argumentacion (1988) de Oswald Ducrot, linguista francês, apresenta em quatro capítulos discussões minuciosas sobre aspectos voltados aos estudos da enunciação e traz, sobretudo, contribuições para o desenvolvimento da semântica argumentativa.O autor inicia o texto apresentando a noção de polifonia, inicialmente empregada por Michel Bakhtin, adaptada por ele na teoria polifônica da enunciação. Essa teoria questiona a ideia de unicidade do sujeito falante, mostrando que um mesmo enunciado pode apresentar vários sujeitos com estatutos linguísticos diferentes, ou seja, o sentido de um enunciado pode ser, nada mais, que o resultado das diferentes vozes que ali emergem.O sujeito falante, nessa perspectiva, remete a diferentes funções, como a do sujeito empírico SE (autor efetivo, o produtor do enunciado); a do locutor (responsável pela enunciação, que se marca na língua através da primeira pessoa, eu, mim, me, etc.; e a do enunciador (origem dos diferentes pontos de vista que se apresentam no enunciado, não são pessoas, são “pontos de perspectivas” abstratos).Para analisar estas funções, distingue-se os tipos de enunciados de humor e de negação, o autor explica que, necessariamente, humor e negação podem não pertencer à língua, mas uma boa descrição de língua deve mostrar as possibilidades de sua utilização. Outro aspecto analisado pelo autor trata-se da utilização dos pronomes anafóricos, em que o discurso remete a segmentos anteriores. Finalizando a primeira parte, o autor admite a existência de duas maneiras de se comunicar, uma séria e a outra não-séria. A primeira ocorre quando o locutor assimila um enunciador, o elegendo como o seu porta-voz; a segunda é a simples apresentação dos enunciadores. Ele conclui que a comunicação séria é a mais útil para um certo número de atividades humanas, pois aponta a distinção locutor/enunciador.No segundo capítulo, Ducrot apresenta a noção de delocutividade, constatando, ao final, que o valor linguístico fundamental das palavras é essencialmente argumentativo, também reforça que o termo já era empregado em séculos anteriores nas gramáticas árabes. No entanto, afirma que a tradição gramatical Ocidental, embora tenha se utilizado de muitos conceitos dessas gramáticas, deixou de lado tudo o que se referia à enunciação. Apenas em 1950, e graças a Émile Benveniste, é que o termo derivação delocutiva entraria em cena sendo utilizado, posteriormente, por alguns linguistas franceses como Ascombre, Benoit e outros.O autor explica que a delocutividade se propõe a combater a impressão de que as palavras expressam a propriedade das coisas, na verdade, a palavra tem em si um valor fundamentalmente argumentativo, a sua propriedade é criada a partir do discurso argumentativo que está no sentido primeiro da palavra. Esta noção nos mostra de que maneira integramos ou incorporamos às coisas os discursos argumentativos que fazemos sobre elas. Tal afirmação pode ser constatada no enunciado Juan es inteligente, em que a palavra inteligente, dentre tantas coisas, pode significar um elogio, levando o destinatário a ter admiração e criar um certo tipo de comportamento em relação a João. Dessa forma, Ducrot afirma que o valor argumentativo de uma palavra é o papel que ela pode desempenhar no discurso.No terceiro capítulo, conforme palavras de Ducrot, encontraremos a parte essencial da obra, a quem se consagra a Teoria da argumentação na língua, desenvolvida em colaboração com Jean-Claude Ascombre. Essa teoria se apresenta a partir de duas formas: a primeira chamada de forma standard trabalhada no livro L’árgumentation dans la langue(1983); e a segunda chamada de forma recente, que trabalha as noções de polifonia e topos.  Este capítulo se destaca por trazer debates realizados em seis conferências na cidade de Cali em 1988.Nas duas primeiras conferências, Ducrot faz uma apresentação dos objetivos gerais da teoria da argumentação e discute sobre as diferenças entre enunciado e frase, e sentido e significação. Para Ducrot o sentido do enunciado pode ser explicado pela teoria polifônica, pois um enunciado pode apresentar um certo número de pontos de vista, que são os enunciadores. Diz, ainda, que são dois os elementos consistentes do enunciado: o primeiro é a apresentação dos pontos de vista dos diferentes enunciadores e o segundo é a indicação da posição do locutor em relação aos enunciadores.Desses dois elementos podem, ainda, se distinguir três possibilidades: a do locutor de identificar-se com um dos seus enunciadores; a da aprovação do enunciador pelo locutor e da possibilidade do locutor se opor ao enunciador, rejeitando o seu ponto de vista. Todo esse movimento pode ser analisado a partir da observação da frase, pois é ela que indica as possíveis relações que constituem o sentido do enunciado, ou seja, o enunciado é a realização da frase que, por sua vez, é a entidade teórica construída pelo linguista para explicar o enunciado.  Enfatiza, ainda, que a argumentação está marcada na língua ou na forma linguística, por isso, a importância de mostrar, anteriormente, a distinção entre enunciado e frase.O debate em torno de que argumentação está marcada na língua, ainda se ressente e avança para a terceira conferência. Ducrot retoma a discussão realizada sobre a forma standard e mostra as dificuldades que ela apresenta, como a constatação de que a definição de potencial argumentativo é insuficiente para descrever o valor semântico das expressões, o que o leva a introduzir uma nova noção, a de topos.Conforme Ducrot, a forma standard poderia salvar-se graças ao contexto da pessoa que fala, da situação externa ou interna e através de determinada ideologia a partir da qual se fala.  Vejamos que o ato de dar uma ordem, por exemplo, se colocaria como um problema para a teoria da argumentação, visto que, não é oportuno dizer que uma ordem só se produz em uma situação de hierarquia.Partindo para a quarta conferência, Ducrot mostra como as expressões argumentativas podem ser definidas pelo papel que desempenham na construção de ideologias a partir da própria enunciação. Trabalha o princípio argumentativo de topos, e diz que ele assegura a passagem do argumento para a conclusão.Nesse sentido, a proposta está em trabalhar a argumentação na relação com os enunciadores, procurando mostrar o caráter argumentativo dos diferentes pontos de vista que se apresentam no enunciado. Na quinta conferência, Ducrot se dedica em explicar o caráter gradual do topos a partir das formas tópicas que orientam o discurso. O topos estabelece uma relação gradual entre duas escalas P e Q, resultando em duas formas equivalentes, a estas duas formas o autor vai chamar de formas tópicas recíprocas. Com estas duas escalas podem-se construir ainda dois topoi contrários, cada um tendo as suas formas equivalentes entre si, ou seja, duas formas tópicas para um mesmo topos. A noção de formas tópicas recíprocas sustenta a noção do caráter argumentativo das palavras, mesmo apresentando alguns contratempos.Na sexta conferência, o autor apresenta algumas conclusões gerais sobre o encadeamento argumentativo; a língua sendo considerada como um conjunto de frases que determina parcial ou totalmente as possibilidades argumentativas realizadas no discurso; a determinação pela língua que se faz, principalmente, por meio de expressões chamadas de expressões argumentativas; o valor argumentativo dos pontos de vista dos enunciadores que consiste em convocar a gradualidade dos topoi, a propósito das coisas de que se fala; as formas equivalentes do topos, chamadas de recíprocas; os operadores argumentativos que determinam a natureza das formas tópicas utilizadas; e, ainda,  a relação entre a argumentação, a língua e a cultura.O autor encerra a sexta conferência fazendo uma reflexão sobre língua e ideologia, ele diz que a língua é feita para uma sociedade que contém uma ideologia, e que se adapta a essa ideologia, a língua, por sua vez, funciona graças à ela, pois necessita dela.No último capítulo intitulado Lingüistica y verdad, Ducrot traça um panorama de suas investigações na semântica linguística, mostrando como elas rompem com certas concepções já estabelecidas nos estudos da linguagem, sobretudo, com as concepções veritativa e logicista da língua. Para tanto, apresenta construções teóricas que invalidam essas concepções, como as noções de polifonia, argumentação, delocutividade, topos etc.  Ducrot afirma que a maioria de suas investigações foram motivadas por uma profunda insatisfação, no que diz respeito aos estudos da significação e pela forma como alguns teóricos trabalharam com essa questão ao longo do tempo. O fechamento da obra é um bônus ao leitor. Ducrot responde Algunas perguntas – entre muchas otras realizadas pelos participantes durante as seis conferências na cidade de Calli. Certamente, trata-se de um convite para refletirmos sobre uma infinidade de questões que se colocam, de modo geral, aos estudos linguísticos e sobre o encaminhar da teoria da argumentação.","PeriodicalId":362476,"journal":{"name":"Revista de Estudos Acadêmicos de Letras","volume":"7 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2021-07-30","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"8","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Revista de Estudos Acadêmicos de Letras","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.30681/real.v14i1.5567","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract

 Polifonia y Argumentacion (1988) de Oswald Ducrot, linguista francês, apresenta em quatro capítulos discussões minuciosas sobre aspectos voltados aos estudos da enunciação e traz, sobretudo, contribuições para o desenvolvimento da semântica argumentativa.O autor inicia o texto apresentando a noção de polifonia, inicialmente empregada por Michel Bakhtin, adaptada por ele na teoria polifônica da enunciação. Essa teoria questiona a ideia de unicidade do sujeito falante, mostrando que um mesmo enunciado pode apresentar vários sujeitos com estatutos linguísticos diferentes, ou seja, o sentido de um enunciado pode ser, nada mais, que o resultado das diferentes vozes que ali emergem.O sujeito falante, nessa perspectiva, remete a diferentes funções, como a do sujeito empírico SE (autor efetivo, o produtor do enunciado); a do locutor (responsável pela enunciação, que se marca na língua através da primeira pessoa, eu, mim, me, etc.; e a do enunciador (origem dos diferentes pontos de vista que se apresentam no enunciado, não são pessoas, são “pontos de perspectivas” abstratos).Para analisar estas funções, distingue-se os tipos de enunciados de humor e de negação, o autor explica que, necessariamente, humor e negação podem não pertencer à língua, mas uma boa descrição de língua deve mostrar as possibilidades de sua utilização. Outro aspecto analisado pelo autor trata-se da utilização dos pronomes anafóricos, em que o discurso remete a segmentos anteriores. Finalizando a primeira parte, o autor admite a existência de duas maneiras de se comunicar, uma séria e a outra não-séria. A primeira ocorre quando o locutor assimila um enunciador, o elegendo como o seu porta-voz; a segunda é a simples apresentação dos enunciadores. Ele conclui que a comunicação séria é a mais útil para um certo número de atividades humanas, pois aponta a distinção locutor/enunciador.No segundo capítulo, Ducrot apresenta a noção de delocutividade, constatando, ao final, que o valor linguístico fundamental das palavras é essencialmente argumentativo, também reforça que o termo já era empregado em séculos anteriores nas gramáticas árabes. No entanto, afirma que a tradição gramatical Ocidental, embora tenha se utilizado de muitos conceitos dessas gramáticas, deixou de lado tudo o que se referia à enunciação. Apenas em 1950, e graças a Émile Benveniste, é que o termo derivação delocutiva entraria em cena sendo utilizado, posteriormente, por alguns linguistas franceses como Ascombre, Benoit e outros.O autor explica que a delocutividade se propõe a combater a impressão de que as palavras expressam a propriedade das coisas, na verdade, a palavra tem em si um valor fundamentalmente argumentativo, a sua propriedade é criada a partir do discurso argumentativo que está no sentido primeiro da palavra. Esta noção nos mostra de que maneira integramos ou incorporamos às coisas os discursos argumentativos que fazemos sobre elas. Tal afirmação pode ser constatada no enunciado Juan es inteligente, em que a palavra inteligente, dentre tantas coisas, pode significar um elogio, levando o destinatário a ter admiração e criar um certo tipo de comportamento em relação a João. Dessa forma, Ducrot afirma que o valor argumentativo de uma palavra é o papel que ela pode desempenhar no discurso.No terceiro capítulo, conforme palavras de Ducrot, encontraremos a parte essencial da obra, a quem se consagra a Teoria da argumentação na língua, desenvolvida em colaboração com Jean-Claude Ascombre. Essa teoria se apresenta a partir de duas formas: a primeira chamada de forma standard trabalhada no livro L’árgumentation dans la langue(1983); e a segunda chamada de forma recente, que trabalha as noções de polifonia e topos.  Este capítulo se destaca por trazer debates realizados em seis conferências na cidade de Cali em 1988.Nas duas primeiras conferências, Ducrot faz uma apresentação dos objetivos gerais da teoria da argumentação e discute sobre as diferenças entre enunciado e frase, e sentido e significação. Para Ducrot o sentido do enunciado pode ser explicado pela teoria polifônica, pois um enunciado pode apresentar um certo número de pontos de vista, que são os enunciadores. Diz, ainda, que são dois os elementos consistentes do enunciado: o primeiro é a apresentação dos pontos de vista dos diferentes enunciadores e o segundo é a indicação da posição do locutor em relação aos enunciadores.Desses dois elementos podem, ainda, se distinguir três possibilidades: a do locutor de identificar-se com um dos seus enunciadores; a da aprovação do enunciador pelo locutor e da possibilidade do locutor se opor ao enunciador, rejeitando o seu ponto de vista. Todo esse movimento pode ser analisado a partir da observação da frase, pois é ela que indica as possíveis relações que constituem o sentido do enunciado, ou seja, o enunciado é a realização da frase que, por sua vez, é a entidade teórica construída pelo linguista para explicar o enunciado.  Enfatiza, ainda, que a argumentação está marcada na língua ou na forma linguística, por isso, a importância de mostrar, anteriormente, a distinção entre enunciado e frase.O debate em torno de que argumentação está marcada na língua, ainda se ressente e avança para a terceira conferência. Ducrot retoma a discussão realizada sobre a forma standard e mostra as dificuldades que ela apresenta, como a constatação de que a definição de potencial argumentativo é insuficiente para descrever o valor semântico das expressões, o que o leva a introduzir uma nova noção, a de topos.Conforme Ducrot, a forma standard poderia salvar-se graças ao contexto da pessoa que fala, da situação externa ou interna e através de determinada ideologia a partir da qual se fala.  Vejamos que o ato de dar uma ordem, por exemplo, se colocaria como um problema para a teoria da argumentação, visto que, não é oportuno dizer que uma ordem só se produz em uma situação de hierarquia.Partindo para a quarta conferência, Ducrot mostra como as expressões argumentativas podem ser definidas pelo papel que desempenham na construção de ideologias a partir da própria enunciação. Trabalha o princípio argumentativo de topos, e diz que ele assegura a passagem do argumento para a conclusão.Nesse sentido, a proposta está em trabalhar a argumentação na relação com os enunciadores, procurando mostrar o caráter argumentativo dos diferentes pontos de vista que se apresentam no enunciado. Na quinta conferência, Ducrot se dedica em explicar o caráter gradual do topos a partir das formas tópicas que orientam o discurso. O topos estabelece uma relação gradual entre duas escalas P e Q, resultando em duas formas equivalentes, a estas duas formas o autor vai chamar de formas tópicas recíprocas. Com estas duas escalas podem-se construir ainda dois topoi contrários, cada um tendo as suas formas equivalentes entre si, ou seja, duas formas tópicas para um mesmo topos. A noção de formas tópicas recíprocas sustenta a noção do caráter argumentativo das palavras, mesmo apresentando alguns contratempos.Na sexta conferência, o autor apresenta algumas conclusões gerais sobre o encadeamento argumentativo; a língua sendo considerada como um conjunto de frases que determina parcial ou totalmente as possibilidades argumentativas realizadas no discurso; a determinação pela língua que se faz, principalmente, por meio de expressões chamadas de expressões argumentativas; o valor argumentativo dos pontos de vista dos enunciadores que consiste em convocar a gradualidade dos topoi, a propósito das coisas de que se fala; as formas equivalentes do topos, chamadas de recíprocas; os operadores argumentativos que determinam a natureza das formas tópicas utilizadas; e, ainda,  a relação entre a argumentação, a língua e a cultura.O autor encerra a sexta conferência fazendo uma reflexão sobre língua e ideologia, ele diz que a língua é feita para uma sociedade que contém uma ideologia, e que se adapta a essa ideologia, a língua, por sua vez, funciona graças à ela, pois necessita dela.No último capítulo intitulado Lingüistica y verdad, Ducrot traça um panorama de suas investigações na semântica linguística, mostrando como elas rompem com certas concepções já estabelecidas nos estudos da linguagem, sobretudo, com as concepções veritativa e logicista da língua. Para tanto, apresenta construções teóricas que invalidam essas concepções, como as noções de polifonia, argumentação, delocutividade, topos etc.  Ducrot afirma que a maioria de suas investigações foram motivadas por uma profunda insatisfação, no que diz respeito aos estudos da significação e pela forma como alguns teóricos trabalharam com essa questão ao longo do tempo. O fechamento da obra é um bônus ao leitor. Ducrot responde Algunas perguntas – entre muchas otras realizadas pelos participantes durante as seis conferências na cidade de Calli. Certamente, trata-se de um convite para refletirmos sobre uma infinidade de questões que se colocam, de modo geral, aos estudos linguísticos e sobre o encaminhar da teoria da argumentação.
法国语言学家奥斯瓦尔德·迪克罗(Oswald Ducrot)的《Polifonia y Argumentacion》(1988)在四章中详细讨论了发音研究的各个方面,特别是对论辩语义学的发展做出了贡献。作者首先介绍了巴赫金最初采用的复调概念,并将其改编为复调发音理论。这一理论对说话主体的独特性提出了质疑,表明同一句话可以呈现几个具有不同语言地位的主体,也就是说,一句话的意义可能只不过是出现在其中的不同声音的结果。从这个角度来看,说话的主体指的是不同的功能,如经验主体(有效的作者,陈述的生产者);说话者(负责发音,在语言中通过第一人称、i、me、me等进行标记);以及发音者的发音(发音中呈现的不同观点的起源,它们不是人,它们是抽象的“观点”)。为了分析这些功能,区分了幽默和否定陈述的类型,作者解释说,幽默和否定不一定属于语言,但一个好的语言描述应该显示其使用的可能性。作者分析的另一个方面是回指代词的使用,其中话语指的是前一段。在第一部分的结尾,作者承认存在两种交流方式,一种是严肃的,另一种是不严肃的。第一种情况发生在说话者吸收一个说话者,选择他作为他的发言人;第二种是发音器的简单呈现。他的结论是,严肃的交流对许多人类活动是最有用的,因为它指出了说话者/发音者的区别。在第二章中,Ducrot提出了delocutividade的概念,并在最后指出,单词的基本语言价值本质上是争论性的,也强调了这个术语在前几个世纪的阿拉伯语法中已经被使用。然而,他指出,西方语法传统虽然使用了这些语法的许多概念,但忽略了与发音有关的一切。直到1950年,多亏了emile Benveniste,这个词才开始出现,后来被一些法国语言学家使用,如Ascombre, Benoit等。作者解释说,delocutividade提出作战的印象表达事物的属性,其实从根本上有争论这个词本身有价值,你的财产是由演讲有争论的第一语言。这个概念向我们展示了我们如何整合或整合我们对事物所做的议论性演讲。这样的陈述可以在“约翰是聪明的”这句话中看到,在许多事情中,“聪明的”这个词可以表示赞美,引导接受者对约翰产生钦佩,并创造一种与约翰有关的行为。因此,Ducrot认为一个词的论证价值是它在话语中所能发挥的作用。在第三章中,用迪克罗的话来说,我们发现了作品的重要部分,它致力于与让-克洛德·阿斯科布合作发展的语言论证理论。这一理论以两种形式呈现:第一种称为标准形式,在L ' argumentation dans la langue(1983)一书中工作;第二种称为标准形式,在L ' argumentation dans la langue(1983)一书中工作;第三种称为标准形式,在L ' argumentation dans la langue(1983)一书中工作第二个是最近的形式,研究复调和topos的概念。本章突出介绍了1988年在卡利市举行的六次会议的讨论。在前两次会议中,Ducrot介绍了论证理论的总体目标,并讨论了陈述与句子、意义与意义之间的差异。对于Ducrot来说,发音的意义可以用复调理论来解释,因为一个发音可以呈现一定数量的观点,即发音者。它还说,陈述有两个一致的要素:第一是陈述不同的陈述者的观点,第二是陈述者相对于陈述者的位置。从这两个因素中,我们还可以区分出三种可能性:说话者认同他的一个说话者;说话者对说话者的认可,说话者有可能反对说话者,拒绝说话者的观点。所有这些运动都可以通过对句子的观察来分析,因为它表明了构成句子意义的可能关系,也就是说,句子是句子的实现,而句子又是语言学家为解释句子而建立的理论实体。 它还强调,论证是用语言或语言形式标记的,因此,在陈述和句子之间显示区别的重要性。关于用语言标记哪些论点的争论仍然存在,并将其推进到第三次会议。Ducrot恢复了对标准形式的讨论,并指出了它所呈现的困难,如论证潜力的定义不足以描述表达的语义价值,这导致他引入了一个新的概念,即topos。根据Ducrot的观点,标准形式可以通过说话者的环境、外部或内部环境以及说话者所处的特定意识形态来保存。例如,给出命令的行为对论证理论来说是一个问题,因为说命令只在等级的情况下产生是不合适的。在第四次会议上,Ducrot展示了如何通过论证表达在意识形态构建中所扮演的角色来定义论证表达。它工作的论证原则的topos,并说它确保了从论证到结论的过渡。从这个意义上说,建议是在与发音者的关系中进行论证,试图显示在发音中呈现的不同观点的论证特征。在第五次会议上,Ducrot致力于从引导话语的主题形式来解释topos的渐进性特征。顶部在两个尺度P和Q之间建立了一个逐渐的关系,导致了两种等价的形式,作者将这两种形式称为互惠的主题形式。有了这两种尺度,就可以构造出两个相反的拓扑,每个拓扑都有其等价的形式,即相同的拓扑的两个主题形式。互惠主题形式的概念支持了词语的议论性特征的概念,即使有一些挫折。在第六次会议上,作者提出了一些关于论证链的一般性结论;语言被认为是一组句子,部分或全部决定了话语中论证的可能性;由语言决定的,主要是通过被称为议论性表达的表达;阐明者观点的辩论价值,包括呼吁topoi的渐进性,关于所谈论的事情;顶部的等价形式,称为倒数;决定所使用的主题形式性质的论证操作符;还有论证、语言和文化之间的关系。作者在第六次会议结束时对语言和意识形态进行了反思,他说语言是为一个包含意识形态的社会而创造的,并且适应了这种意识形态,反过来,语言也要感谢它,因为它需要它。在最后一章《语言学与真理》中,杜克罗概述了他在语言语义学方面的研究,展示了他们如何打破语言研究中已经确立的某些概念,特别是真理和逻辑学的语言概念。因此,它提出了否定这些概念的理论结构,如复调、论证、delocutividade、topos等概念。杜克罗说,他的大多数调查都是出于对意义研究的深切不满,以及一些理论家随着时间的推移如何处理这个问题。这本书的结尾对读者来说是一种奖励。在卡利市举行的六次会议上,Ducrot回答了与会者提出的许多问题。当然,这是一个邀请,让我们反思在语言学研究中普遍出现的无数问题,以及论证理论的方向。 它还强调,论证是用语言或语言形式标记的,因此,在陈述和句子之间显示区别的重要性。关于用语言标记哪些论点的争论仍然存在,并将其推进到第三次会议。Ducrot恢复了对标准形式的讨论,并指出了它所呈现的困难,如论证潜力的定义不足以描述表达的语义价值,这导致他引入了一个新的概念,即topos。根据Ducrot的观点,标准形式可以通过说话者的环境、外部或内部环境以及说话者所处的特定意识形态来保存。例如,给出命令的行为对论证理论来说是一个问题,因为说命令只在等级的情况下产生是不合适的。在第四次会议上,Ducrot展示了如何通过论证表达在意识形态构建中所扮演的角色来定义论证表达。它工作的论证原则的topos,并说它确保了从论证到结论的过渡。从这个意义上说,建议是在与发音者的关系中进行论证,试图显示在发音中呈现的不同观点的论证特征。在第五次会议上,Ducrot致力于从引导话语的主题形式来解释topos的渐进性特征。顶部在两个尺度P和Q之间建立了一个逐渐的关系,导致了两种等价的形式,作者将这两种形式称为互惠的主题形式。有了这两种尺度,就可以构造出两个相反的拓扑,每个拓扑都有其等价的形式,即相同的拓扑的两个主题形式。互惠主题形式的概念支持了词语的议论性特征的概念,即使有一些挫折。在第六次会议上,作者提出了一些关于论证链的一般性结论;语言被认为是一组句子,部分或全部决定了话语中论证的可能性;由语言决定的,主要是通过被称为议论性表达的表达;阐明者观点的辩论价值,包括呼吁topoi的渐进性,关于所谈论的事情;顶部的等价形式,称为倒数;决定所使用的主题形式性质的论证操作符;还有论证、语言和文化之间的关系。作者在第六次会议结束时对语言和意识形态进行了反思,他说语言是为一个包含意识形态的社会而创造的,并且适应了这种意识形态,反过来,语言也要感谢它,因为它需要它。在最后一章《语言学与真理》中,杜克罗概述了他在语言语义学方面的研究,展示了他们如何打破语言研究中已经确立的某些概念,特别是真理和逻辑学的语言概念。因此,它提出了否定这些概念的理论结构,如复调、论证、delocutividade、topos等概念。杜克罗说,他的大多数调查都是出于对意义研究的深切不满,以及一些理论家随着时间的推移如何处理这个问题。这本书的结尾对读者来说是一种奖励。在卡利市举行的六次会议上,Ducrot回答了与会者提出的许多问题。当然,这是一个邀请,让我们反思在语言学研究中普遍出现的无数问题,以及论证理论的方向。
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