{"title":"Tentativa de leitura lógica da teoria do reconhecimento de Axel Honneth a partir da lógica do ser para si de Hegel","authors":"Nythamar De Oliveira, Brandon Jahel Da Rosa","doi":"10.25247/p1982-999x.2022.v22n2.p88-108","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"No início da Ciência da Lógica, Hegel delineia que a Ciência deve começar por aquilo que é mais indeterminado – o ser. Esse ser é carente de determinação, portanto, puro ser, nada. Da relação entre o ser e nada emergiria sua primeira determinação, fruto da negatividade interna do ser; agora, o ser não seria simplesmente puro ser, mas ser aí (Dasein). No entanto, no ser aí ainda não se encontra uma unidade entre o ser e sua negação, essa unidade ocorrerá apenas no ser para si, através da categoria da infinitude. Hegel ao tentar encontrar um correlato para essa dinâmica no mundo objetivo, recorre ao processo de constituição da autoconsciência, pois nela reside a unidade entre o seu ser e o seu outro. Axel Honneth, filósofo pertencente à Teoria Crítica, apresenta uma teoria do reconhecimento inspirada nos escritos da juventude de Hegel que oferecem uma explicitação sobre a dinâmica social e a constituição da identidade pessoal, que para Hegel são pautadas em um processo de reconhecimento intersubjetivo. Contudo, Honneth é taxativo ao afirmar que seu empreendimento é construído às avessas da lógica hegeliana, para resguardar os padrões pós-metafísicos da filosofia contemporânea. Sendo assim, o objetivo deste trabalho é avaliar a partir de uma análise crítica em que medida é possível uma leitura lógica da teoria do reconhecimento de Honneth tendo em vista a lógica do ser para si de Hegel e discutir algumas das dificuldades que tal leitura nos apresenta.","PeriodicalId":145419,"journal":{"name":"Revista Ágora Filosófica","volume":"13 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2022-09-30","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Revista Ágora Filosófica","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.25247/p1982-999x.2022.v22n2.p88-108","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
No início da Ciência da Lógica, Hegel delineia que a Ciência deve começar por aquilo que é mais indeterminado – o ser. Esse ser é carente de determinação, portanto, puro ser, nada. Da relação entre o ser e nada emergiria sua primeira determinação, fruto da negatividade interna do ser; agora, o ser não seria simplesmente puro ser, mas ser aí (Dasein). No entanto, no ser aí ainda não se encontra uma unidade entre o ser e sua negação, essa unidade ocorrerá apenas no ser para si, através da categoria da infinitude. Hegel ao tentar encontrar um correlato para essa dinâmica no mundo objetivo, recorre ao processo de constituição da autoconsciência, pois nela reside a unidade entre o seu ser e o seu outro. Axel Honneth, filósofo pertencente à Teoria Crítica, apresenta uma teoria do reconhecimento inspirada nos escritos da juventude de Hegel que oferecem uma explicitação sobre a dinâmica social e a constituição da identidade pessoal, que para Hegel são pautadas em um processo de reconhecimento intersubjetivo. Contudo, Honneth é taxativo ao afirmar que seu empreendimento é construído às avessas da lógica hegeliana, para resguardar os padrões pós-metafísicos da filosofia contemporânea. Sendo assim, o objetivo deste trabalho é avaliar a partir de uma análise crítica em que medida é possível uma leitura lógica da teoria do reconhecimento de Honneth tendo em vista a lógica do ser para si de Hegel e discutir algumas das dificuldades que tal leitura nos apresenta.