J. O. Monteiro, M. P. Santos, T. E. Silva, V. Fransozo
{"title":"BIOLOGIA REPRODUTIVA DO ERMITÃO CLIBANARIUS ANTILLENSIS STIMPSON, 1862 (DECAPODA, ANOMURA, DIOGENIDAE) EM ILHÉUS, BAHIA, BRASIL","authors":"J. O. Monteiro, M. P. Santos, T. E. Silva, V. Fransozo","doi":"10.21826/2178-7581X2018009","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Clibanarius antillensis Stimpson, 1859 é uma espécie pequena de caranguejo ermitão que habita regiões entre marés. O período reprodutivo dos ermitões apresenta-se contínuo ou sazonal. O primeiro tipo caracteriza-se pela presença de fêmeas embrionadas ao longo do ano, enquanto o sazonal caracteriza-se pela presença de tais fêmeas num determinado período do ano. A fecundidade é um parâmetro estabelecido pelo número de ovos produzidos por fêmea, o qual se correlaciona, de modo geral, com a dimensão corpórea dos indivíduos ou com o tamanho da concha utilizada pelos ermitões. Estudos que apontam as estratégias reprodutivas para a subordem Anomura, vem ganhando importância do ponto de vista evolutivo. Este trabalho analisou o período reprodutivo e a fecundidade do ermitão C. antillensis. As coletas foram realizadas, manualmente, por dois coletores durante 30 minutos, bimestralmente, desde setembro de 2016 até agosto de 2017, no distrito de Olivença, Ilhéus, Bahia. No laboratório, os exemplares foram conservados em álcool 70%. A seguir, separados quanto ao sexo e os indivíduos que apresentaram aberturas genitais dos dois sexos foram considerados intersexo. Os ermitões foram mensurados quanto ao comprimento do escudo cefalotoráxico (CEC), enquanto as conchas ocupadas foram mensuradas quanto ao comprimento total (CT) e a largura da abertura da mesma (LAC). Obteve-se um total de 2787 indivíduos dos quais 1650 eram machos (59,2%), 614 fêmeas não embrionadas (22%), 500 fêmeas embrionadas (17,9%) e 23 intersexos (0,8%). O tamanho (CEC) médio dos machos foi de 2,9±1,1 mm; dos intersexos foi de 3,4 ± 0,8mm; das fêmeas não embrionadas 2,5 ± 0,86mm e das fêmeas embrionadas 2,7 ± 0,6 mm. O número de ovos (estágio embrionário inicial) variou de 41 a 1121 ovos por fêmea (419 ± 253 ovos/ fêmea) e não houve correlação do número de ovos com o tamanho das fêmeas. A relação do CT da concha e LAC versus número de ovos indicou correlação positiva para ambos os parâmetros. Contudo, a primeira é a que melhor explicou a variação na quantidade de ovos (R2= 0,186). As fêmeas embrionadas tiveram frequência constante ao longo de todos os meses de estudo, com pico no bimestre de janeiro/fevereiro de 2017. Tal fato indica que o período reprodutivo da espécie estudada é do tipo contínuo, logo, tanto o período reprodutivo quanto a fecundidade seguem o padrão já descrito para a espécie em outras localidades do litoral brasileiro.","PeriodicalId":175754,"journal":{"name":"Livro de Resumos do X Congresso Brasileiro sobre Crustáceos","volume":"58 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2018-11-11","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Livro de Resumos do X Congresso Brasileiro sobre Crustáceos","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.21826/2178-7581X2018009","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
Clibanarius antillensis Stimpson, 1859 é uma espécie pequena de caranguejo ermitão que habita regiões entre marés. O período reprodutivo dos ermitões apresenta-se contínuo ou sazonal. O primeiro tipo caracteriza-se pela presença de fêmeas embrionadas ao longo do ano, enquanto o sazonal caracteriza-se pela presença de tais fêmeas num determinado período do ano. A fecundidade é um parâmetro estabelecido pelo número de ovos produzidos por fêmea, o qual se correlaciona, de modo geral, com a dimensão corpórea dos indivíduos ou com o tamanho da concha utilizada pelos ermitões. Estudos que apontam as estratégias reprodutivas para a subordem Anomura, vem ganhando importância do ponto de vista evolutivo. Este trabalho analisou o período reprodutivo e a fecundidade do ermitão C. antillensis. As coletas foram realizadas, manualmente, por dois coletores durante 30 minutos, bimestralmente, desde setembro de 2016 até agosto de 2017, no distrito de Olivença, Ilhéus, Bahia. No laboratório, os exemplares foram conservados em álcool 70%. A seguir, separados quanto ao sexo e os indivíduos que apresentaram aberturas genitais dos dois sexos foram considerados intersexo. Os ermitões foram mensurados quanto ao comprimento do escudo cefalotoráxico (CEC), enquanto as conchas ocupadas foram mensuradas quanto ao comprimento total (CT) e a largura da abertura da mesma (LAC). Obteve-se um total de 2787 indivíduos dos quais 1650 eram machos (59,2%), 614 fêmeas não embrionadas (22%), 500 fêmeas embrionadas (17,9%) e 23 intersexos (0,8%). O tamanho (CEC) médio dos machos foi de 2,9±1,1 mm; dos intersexos foi de 3,4 ± 0,8mm; das fêmeas não embrionadas 2,5 ± 0,86mm e das fêmeas embrionadas 2,7 ± 0,6 mm. O número de ovos (estágio embrionário inicial) variou de 41 a 1121 ovos por fêmea (419 ± 253 ovos/ fêmea) e não houve correlação do número de ovos com o tamanho das fêmeas. A relação do CT da concha e LAC versus número de ovos indicou correlação positiva para ambos os parâmetros. Contudo, a primeira é a que melhor explicou a variação na quantidade de ovos (R2= 0,186). As fêmeas embrionadas tiveram frequência constante ao longo de todos os meses de estudo, com pico no bimestre de janeiro/fevereiro de 2017. Tal fato indica que o período reprodutivo da espécie estudada é do tipo contínuo, logo, tanto o período reprodutivo quanto a fecundidade seguem o padrão já descrito para a espécie em outras localidades do litoral brasileiro.