{"title":"ABRINDO OS CAMINHOS: APRESENTAÇÃO","authors":"K. Marro, S. Santos, E. Barbosa","doi":"10.29388/978-65-86678-92-5-0-f.12-16","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Este livro apresenta uma série de instrumentos para a intervenção profissional que nasceram ao calor de experiências de pesquisa, ensino e extensão universitária em territórios populares de diversos cantos do país. Comunidades tradicionais, comunidades em luta pela reforma agrária, agricultoras/es rurais, movimentos urbanos e organizações populares constituem os sujeitos junto aos quais criamos propostas que se alimentam de diversas áreas do conhecimento para dialogar com as suas reivindicações e necessidades sociais. Instrumentos didáticopedagógicos; instrumentos de pesquisa das condições de vida; roteiros de construção de memórias da resistência popular; caminhos para a construção de cartografias sociais, constituem partes deste “cardápio” de possibilidades. Podem ser adaptadas, inspirar e serem utilizadas em outras experiências de extensão, em novas propostas de pesquisa, em estágios profissionais. Pretendem subsidiar a formação de estudantes de graduação e até futuras propostas de trabalho profissional no contexto das políticas públicas e sociais, que se propõem elaborar intervenções junto a comunidades e movimentos sociais nos seus territórios. O interessante é que atrás de cada capítulo há uma história particular que se funde numa espécie de colcha de retalhos costurada a muitas mãos: uma concepção compartilhada de que o conhecimento socialmente produzido na Universidade Pública pertence e deve estar ao serviço das necessidades sociais das classes subalternas e trabalhadoras; uma aposta que valoriza os saberes populares que nascem do chão coletivo e de resistência desses territórios; um reconhecimento da importância da vivência dessas experiências para uma formação universitária integral, humanista e de qualidade para seus docentes e estudantes. Assim, alguns princípios da concepção de Universidade Pública, laica, socialmente referenciada com a qual nos identificamos, ganham vida nestas páginas: os textos são expressão da indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão; da perspectiva da interdisciplinaridade; da interculturalidade; da importância de um trabalho coletivo na contramão de lógicas individualistas e produtivistas que desconectam a vida universitária das necessidades mais universais do seu tempo histórico. Todos os capítulo têm um “pedacinho de história não contada”: os instrumentos que socializamos nasceram de experiências concretas de intervenção, do desafio de dialogar com a vida comunitária que pulsa nesses territórios, bem distante de cálculos matemáticos, “com todas as debilidades e as forças da vida”, como diria Gramsci (1999, p.394). Apresentamos aqui um pouquinho do que deu certo! Mas como o conhecimento não vem com uma “bula”, vale esclarecer que os instrumentos aqui socializados não são infalíveis ao fracasso: eles são produto também de muitas tentativas que não deram certo; de propostas que desandaram; que planejadas para serem abraçadas pelas comunidades, muitas vezes foram incrivelmente superadas pelas contradições e prioridades desses territórios. Algumas propostas nasceram em","PeriodicalId":253367,"journal":{"name":"Caminhos metodológicos, saberes e práticas profissionais e populares em territórios de resistência","volume":"25 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2021-11-08","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Caminhos metodológicos, saberes e práticas profissionais e populares em territórios de resistência","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.29388/978-65-86678-92-5-0-f.12-16","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
Este livro apresenta uma série de instrumentos para a intervenção profissional que nasceram ao calor de experiências de pesquisa, ensino e extensão universitária em territórios populares de diversos cantos do país. Comunidades tradicionais, comunidades em luta pela reforma agrária, agricultoras/es rurais, movimentos urbanos e organizações populares constituem os sujeitos junto aos quais criamos propostas que se alimentam de diversas áreas do conhecimento para dialogar com as suas reivindicações e necessidades sociais. Instrumentos didáticopedagógicos; instrumentos de pesquisa das condições de vida; roteiros de construção de memórias da resistência popular; caminhos para a construção de cartografias sociais, constituem partes deste “cardápio” de possibilidades. Podem ser adaptadas, inspirar e serem utilizadas em outras experiências de extensão, em novas propostas de pesquisa, em estágios profissionais. Pretendem subsidiar a formação de estudantes de graduação e até futuras propostas de trabalho profissional no contexto das políticas públicas e sociais, que se propõem elaborar intervenções junto a comunidades e movimentos sociais nos seus territórios. O interessante é que atrás de cada capítulo há uma história particular que se funde numa espécie de colcha de retalhos costurada a muitas mãos: uma concepção compartilhada de que o conhecimento socialmente produzido na Universidade Pública pertence e deve estar ao serviço das necessidades sociais das classes subalternas e trabalhadoras; uma aposta que valoriza os saberes populares que nascem do chão coletivo e de resistência desses territórios; um reconhecimento da importância da vivência dessas experiências para uma formação universitária integral, humanista e de qualidade para seus docentes e estudantes. Assim, alguns princípios da concepção de Universidade Pública, laica, socialmente referenciada com a qual nos identificamos, ganham vida nestas páginas: os textos são expressão da indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão; da perspectiva da interdisciplinaridade; da interculturalidade; da importância de um trabalho coletivo na contramão de lógicas individualistas e produtivistas que desconectam a vida universitária das necessidades mais universais do seu tempo histórico. Todos os capítulo têm um “pedacinho de história não contada”: os instrumentos que socializamos nasceram de experiências concretas de intervenção, do desafio de dialogar com a vida comunitária que pulsa nesses territórios, bem distante de cálculos matemáticos, “com todas as debilidades e as forças da vida”, como diria Gramsci (1999, p.394). Apresentamos aqui um pouquinho do que deu certo! Mas como o conhecimento não vem com uma “bula”, vale esclarecer que os instrumentos aqui socializados não são infalíveis ao fracasso: eles são produto também de muitas tentativas que não deram certo; de propostas que desandaram; que planejadas para serem abraçadas pelas comunidades, muitas vezes foram incrivelmente superadas pelas contradições e prioridades desses territórios. Algumas propostas nasceram em