{"title":"“Pendurando roupas nos varais”: Base Nacional Comum Curricular, trabalho docente e qualidade","authors":"M. L. Süssekind, Jeferson Maske","doi":"10.24109/2176-6673.emaberto.33i107.4532","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"As reformas curriculares de 2016, 2017, 2018 e 2019 ameaçam a democraticidade da escola pública, pois criam desigualdade, mesmo ao anunciar o direito à educação e ao aprendizado para todos. O argumento proposto é que professores e estudantes são criadores de conhecimento, tecendo redes de saberes científicos, experienciais e outros em conversas que acontecem nas salas de aulas, embora essas políticas venham aumentando o controle do trabalho docente, engessando a autonomia dos currículos e, como consequência, empobrecendo, reduzindo e asfixiando as conversas complicadas que são os currículos no cotidiano das escolas. Com base em pesquisas sustentadas pelas epistemologias do Sul e da ordinariedade e pelas teorias da reconceitualização do currículo, conclui-se que as reformas e políticas vinculadas e inspiradas na Base Nacional Comum Curricular (BNCC) não contribuem para a promoção de qualidade na educação brasileira, reforçando, nos currículos que se tecem nos cotidianos, a exclusão, as hierarquias e as distâncias da desigualdade social.","PeriodicalId":273549,"journal":{"name":"Em Aberto","volume":"31 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2020-07-24","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"3","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Em Aberto","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.24109/2176-6673.emaberto.33i107.4532","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
As reformas curriculares de 2016, 2017, 2018 e 2019 ameaçam a democraticidade da escola pública, pois criam desigualdade, mesmo ao anunciar o direito à educação e ao aprendizado para todos. O argumento proposto é que professores e estudantes são criadores de conhecimento, tecendo redes de saberes científicos, experienciais e outros em conversas que acontecem nas salas de aulas, embora essas políticas venham aumentando o controle do trabalho docente, engessando a autonomia dos currículos e, como consequência, empobrecendo, reduzindo e asfixiando as conversas complicadas que são os currículos no cotidiano das escolas. Com base em pesquisas sustentadas pelas epistemologias do Sul e da ordinariedade e pelas teorias da reconceitualização do currículo, conclui-se que as reformas e políticas vinculadas e inspiradas na Base Nacional Comum Curricular (BNCC) não contribuem para a promoção de qualidade na educação brasileira, reforçando, nos currículos que se tecem nos cotidianos, a exclusão, as hierarquias e as distâncias da desigualdade social.